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Marketing Sustentável para a Indústria 4.0 no Brasil, artigo de José Austerliano Rodrigues

 

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Marketing Sustentável para a Indústria 4.0 no Brasil, artigo de José Austerliano Rodrigues

[EcoDebate]

Na literatura do novo marketing (marketing sustentável/tecnologia digital), os consumidores e stakeholders são quase sempre retratados como os atores mais poderosos do mercado.

Mesmo assim, os profissionais de marketing muitas vezes se esquecem do lado humano, que se manifesta claramente na era digital. Os consumidores e stakeholders não são perfeitos e se sentem vulneráveis às manobras do marketing convencional.

Profissionais de marketing precisam se adaptar a essa nova realidade do novo marketing de criar marcas que se comportem como pessoas – acessíveis e amáveis. As marcas devem ser menos intimidadoras. Devem se tornar autênticas e honestas, admitir suas falhas e parar de tentar parecer perfeitas. Movidas por valores básicos, as marcas centradas no ser humano tratam os consumidores e stakeholders como amigos, tornando-se parte integral de seu estilo de vida (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017).

Marketing sustentável é marketing de relacionamento, que objetiva construir relações duradoras com os consumidores, os stakeholders, ambiente, social e natural de longo prazo. Para que tenha sucesso, o marketing sustentável deve ainda reconsiderar o engajamento do comportamento do consumidor e os padrões de consumo na era das inovações digitais.

Para Fuller (1999), o Marketing Sustentável (Sustainable Marketing) é o processo de planejar, implementar e controlar o desenvolvimento de preço, promoção e distribuição de produtos, de forma a satisfazer três critérios: (1) atender as necessidades de consumidores; (2) atingir as metas da organização; e (3) que os processos sejam compatíveis com o ecossistema. Portanto, o autor tenta ampliar as atuais funções do Marketing voltadas para a determinação de estratégias de preço e distribuição, incluindo a variável meio ambiente nesses processos.

De acordo com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), as inovações digitais podem levar os países para mais perto da prosperidade sustentável. A McKinsey & Company lista as grandes inovações mais recentes que tiveram maior impacto econômico, o que inclui a internet móvel, a automação do trabalho do conhecimento, a internet das coisas, a tecnologia de computação em nuvem, a robótica avançada e a impressão 3-D, entre outras. Essas tecnologias digitais estão disponíveis há alguns anos, mas seu impacto atingiu o ponto máximo apenas recentemente, alimentado pela convergência de tecnologias múltiplas (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017).

O conceito da Revolução Indústria 4.0 surgiu na Alemanha em 2012. A este respeito, o governo federal alemão apoiou a ideia sobre o tema, em função do fato de que pela primeira vez uma revolução industrial está sendo observada. Isso deixa claro a corrida das empresas pelas mudanças e transformações tecnológicas (HERMANN; PENTEK; OTTO, 2015). Já o termo marketing sustentável foi utilizado pela primeira vez na década de 1990 (FULLER, 1999).

O marketing sustentável é de grande importância para a Revolução Industrial 4.0, diante das mudanças e transformações tecnológicas em evidência. O medo do desemprego, o consumidor e todos os stakeholders são atores poderosos do mercado, estudadas pelo marketing, que pesam mais do que as influências tecnológicas. Segundo pesquisa da Deloitte, executivos do mundo inteiro estão preocupados com os efeitos sociais causadas por estas transformações. Lembrar que a Indústria 4.0, proposta pelos alemães, não será uma panaceia e a indústria brasileira tem que se preocupar com isto.

Pesquisa de marketing realizada no Brasil mostrou que a Indústria 4.0 ainda se encontra num estágio incipiente. As empresas devem ser cautelosas na adoção da Indústria 4.0. Entres outras descobertas, a pesquisa mostrou que se o consumidor e demais stakeholders não forem integradas na Indústria 4.0, o fracasso será demasiado (FIESP).

José Austerliano Rodrigues. É Doutor em Marketing Sustentável pela UFRJ, com ênfase em Sustentabilidade e Marketing, com interesse em pesquisa em Marketing Sustentável, Sustentabilidade de Marketing, Responsabilidade Social e Comportamento do Consumidor. E-mail: austerlianorodrigues@bol.com.br.

Nota da Redação: do mesmo Autor, leiam, também:

Equidade Social: Padrões De Consumo Nos Hemisférios Norte E O Sul, Artigo De José Austerliano Rodrigues

Desenvolvimento Sustentável Em Relação A Ocupação Do Planeta, Artigo De José Austerliano Rodrigues

As Contribuições Da Sociologia Para O Problema De Sustentabilidade, Artigo De José Austerliano Rodrigues

Discurso Intelectual – Sustentabilidade X Marketing, Artigo De José Austerliano Rodrigues

Os Três Pilares Da Sustentabilidade E O Dilema Dentro Da Área De Negócios, Artigo De José Austerliano Rodrigues

Consumo E Produção Sustentável (CPS), Artigo De José Austerliano Rodrigues

Cidadania Ecológica: Mudança Comportamental Em Favor Ao Meio Ambiente, Artigo De José Austerliano Rodrigues

Consumo Insustentável: Sustentabilidade De Marketing No Mercado Globalizado Pós-Coronavírus (Covid–19), Por José Austerliano Rodrigues E José Rodrigues Filho

A Importância Dos Stakeholders E Consumidores Na Estratégia De Sustentabilidade De Marketing – Um Estudo Em Empresas Brasileiras, Artigo De José Austerliano Rodrigues

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 25/05/2020

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