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Consumo Insustentável: Sustentabilidade de Marketing no Mercado Globalizado Pós-Coronavírus (Covid–19), por José Austerliano Rodrigues e José Rodrigues Filho

 

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Consumo Insustentável: Sustentabilidade de Marketing no Mercado Globalizado Pós-Coronavírus (Covid–19), por José Austerliano Rodrigues e José Rodrigues Filho

[EcoDebate] Já foi indagado se o consumo é a mãe de todas as questões ecológicas. Recentemente, até o Papa Francisco entrou no debate político ambiental, exortando ações rápidas dos governantes mundiais para ouvir o choro da Terra e dos pobres, afirmando, ainda, que podemos muito bem estar deixando para gerações futuras os destroços, a desolação e a sujeira ou imundice. Para o Papa Francisco, os níveis de consumo, desperdícios e mudanças ambientais esticaram a capacidade do planeta de tal forma que o nosso estilo de vida contemporâneo, insustentável como está, só pode precipitar catástrofes. Para o Papa, o pecado ecológico é devido à ganancia humana.

Durante os últimos 50 anos pesquisas sobre meio ambiente e consumo, responsabilidade social ou consumo sustentável progrediram em descrever os problemas com a atual pesquisa de marketing e as práticas de consumo, recomendando e analisando enfoques para resolvê-las. Por exemplo, pesquisas anteriores investigaram o consumo ético, comportamentos, marketing ecológico e social, marketing verde e uma variedade de enfoques de políticas públicas destinados a resolver estes problemas. Os danos causados pelo consumo são amplamente não intencionais, o que significa que os meios informacionais e educacionais sozinhos não produzem as mudanças necessárias. Precisam ser implementados em conjunto com profundas mudanças estruturais.

Apesar de todos os trabalhos conduzidos na academia, pelos governos, organizações não governamentais e pela comunidade e de negócios para compreender e mudar as práticas de consumo insustentável, tais práticas persistem e estão sendo ampliadas pelo crescimento continuado da economia global. Portanto, os problemas relacionados com o consumo insustentável estão crescendo e os enfoques para tratar deles devem tornar-se mais intencional, compreensivo e sistemático.

Em consequência da corrida mundial de consumo, os recursos naturais estão sendo extraídos a uma taxa que é 50% mais elevada do que 30 anos atrás (World watch Institute 2010). Assim sendo, os intensivos estilos de vida consumistas e a produção exigidos para alcançar as demandas dos consumidores puxaram as emissões de CO2 para quadruplicar durante os últimos 50 anos (United Nations Development Programme, 1998).

Portanto, torna-se imperativo tentar encontrar novas formas de se pensar sobre consumo, novas políticas, e novos modelos de negócios que venham alcançar uma sustentabilidade global.

Contudo, a questão é como reduzir consumo num contexto onde à busca de crescimento e maximização de lucros gera uma cultura de se ter e se desejar cada vez mais objetos materiais.

Por outro lado, o Relatório Bruntland “Our Common Futures” (WCED, 1987), publicado há mais de 20 anos trouxe o conceito de desenvolvimento sustentável para o pensamento dominante de políticas e negócios. A análise deste relatório demonstrou claramente a insustentável natureza dos padrões de desenvolvimento existentes, produção e consumo. No debate que seguiu a publicação deste relatório alguns difamaram a disciplina de marketing diante de seu papel de estimular níveis insustentáveis de consumo e direcionar o crescimento do consumo global, enquanto outros focaram no potencial e contribuição do marketing para algumas soluções.


Autores:

1. José Austerliano Rodrigues, residente em Campina Grande – PB. Doutor em Marketing Sustentável pela UFRJ, especialista em sustentabilidade e professor, com interesse em pesquisa em sustentabilidade de marketing, marketing sustentável, comportamento do consumidor e responsabilidade social. E-mail: austerlianorodrigues@bol.com.br.

2. José Rodrigues Filho, professor da UFPB, concluindo pesquisa sobre Sustentabilidade e Tecnologia de Informação em Saúde, já publicada no Canadá. Recentemente foi professor visitante na DeGroote Business School, McMaster University, Canadá. Foi pesquisador nas Universidades de Harvard e na Johns Hopkins University. Áreas de interesse: Sustentabilidade de Marketing, Sustentabilidade em TI, Governança Corporativa e Responsabilidade Social.

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 08/04/2020

[cite]

 

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