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Operadora da usina nuclear de Fukushima eleva índices de contaminação do mar e luta para conter vazamentos

 

Usina de Fukushima, após o desastre nuclear
Usina de Fukushima, após o desastre nuclear – Em 11 de março de 2011, o mundo soube da tragédia de Fukushima: um fortíssimo terremoto e um tsunami de grandes proporções, a que se seguiu a explosão de uma usina nuclear com todas as consequências de um acidente nuclear: a difusão de radioatividade, que permanecerá ativa durante anos, ameaçando muitas gerações. Foto: DW

 

Em meio a uma batalha para conter vazamentos, a operadora da usina nuclear de Fukushima, Tokyo Electric Power (Tepco), estima que desde o início da crise atômica, em 2011, até 30 trilhões de becquerels de material radioativo da central podem ter atingido o mar. Matéria de Javier Picazo Feliú, da EFE, no UOL Notícias.

Segundo a Tepco, podem ter vazado para a baía artificial em frente aos reatores da usina até 10 trilhões de becquerels de estrôncio e 20 trilhões de becquerels de césio desde a crise atômica originada após o tsunami de 2011.

O cálculo aproximado da operadora, que é muito superior ao limite permitido, foi realizado após a análise dos níveis radioativos detectados na água em frente à usina e nos vazamentos ocorridos desde o acidente.

No entanto, a operadora realizou a avaliação excluindo os dois primeiros meses da crise nuclear. Estimativas divulgadas durante este período revelaram que cerca de 15 trilhões de becquerels podem ter vazado da central para o mar.

Além disso, a Tepco admitiu recentemente um novo vazamento, de 300 toneladas de água altamente contaminada de um dos mais de 1.000 tanques que existem na central para reter água poluída.

Os analistas da usina também não descartam que este novo vazamento, que se une aos existentes no líquido sob os reatores atômicos, possa ter chegado ao mar através de um sulco localizado a 50 metros do tanque defeituoso.

A enorme quantidade de água radioativa acumulada sob os reatores da central, que aumenta em cerca de 400 toneladas diárias devido ao vazamento dos aquíferos ao redor da usina, representa o principal desafio dos 3.500 operários que trabalham para pôr fim à crise.

Em seus trabalhos para selar a usina, processo que deverá durar mais de 40 anos, os técnicos da central utilizam a água armazenada no processo para esfriar os reatores, algo imprescindível para mantê-los estáveis.

Segundo o governo, a central vaza ao mar cerca de 300 toneladas de água radioativa, algo que representa um grave problema tanto ambiental como para a indústria pesqueira da região.

Uma das cooperativas de pesca da cidade de Iwaki, ao sul da central de Fukushima, anunciou ontem que finalmente abandonará seus planos para retomar a atividade na área. A organização esperava voltar a pescar em 5 de setembro como um teste para avaliar se a atividade poderia ser reiniciada.

“Achamos que nossa decisão é lógica, após ter escutado que estão ocorrendo vazamentos de água contaminada ao mar um dia após outro”, disse à agência “Kyodo” o representante da cooperativa, Masakazu Yabuki.

Diante da gravidade dos vazamentos radioativos, a Autoridade de Regulação Nuclear do Japão (NRA) propôs elevar o problema de água contaminada para o nível de alerta 3 na Escala Internacional Nuclear e de Fatos Radiológicos (INES), o que representa o pior incidente em Fukushima desde a explosão da crise, em 2011.

EcoDebate, 23/08/2013


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