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Assentados em Corumbá estão sem água desde o começo do mês. Dinheiro do BID não foi aplicado

MPF/MS recomenda utilização de recursos para obras de abastecimento de água em assentamentos

O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS) recomendou a imediata regularização do abastecimento de água no assentamento Tamarineiro II-Sul, em Corumbá (MS), fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia. O MPF quer que os assentados recebam, emergencialmente, água de caminhões-pipa.

A recomendação foi encaminhada à Prefeitura de Corumbá, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul).

Sem água desde início do mês – O MPF recebeu denúncia de interrupção do fornecimento de água no setor 3 do assentamento, onde vivem 58 famílias. Elas estão sem água até para consumo próprio desde 2 de outubro. A temperatura média da cidade pantaneira nesta semana é de 35º com picos de até 39º.

Em 2008, o Incra recebeu recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para realização de obras nos assentamentos Taquaral, Tamarineiro II-Sul e Paiolzinho, em Corumbá, por meio do Programa de Aperfeiçoamento da Consolidação dos Assentamentos (PAC).

Está prevista a aplicação de R$ 500 mil em melhorias do sistema de abastecimento de água dos assentamentos.

Após dois anos, poucas metas estabelecidas foram concretizadas devido à omissão do Incra em elaborar projetos e providenciar a contratação dos serviços para as obras de saneamento básico e demais metas previstas nos convênios. Há o risco de o recurso não ser utilizado, pois o prazo para que ele seja aplicado é julho de 2011.

Jogo do empurra – Em julho, o MPF enviou ofícios aos órgãos, perguntando por que o problema não era resolvido. Ninguém assumiu a responsabilidade. A Funasa informou que não fez o reparo no poço artesiano do assentamento porque a Prefeitura de Corumbá não firmou parceria. O Incra disse que solicitou parceria à Funasa. A Sanesul declarou estar à disposição para auxiliar no reparo dos poços, mas afirmou que depende do retorno de um funcionário, que está afastado por licença médica. A prefeitura informou que está aguardando contatos dos outros órgãos.

Os órgãos têm o prazo de cinco dias, a partir do recebimento da recomendação, para informar as medidas que serão tomadas. Caso não atendam ao pedido, o MPF ajuizará medida judicial para que seja determinado liminarmente o fornecimento imediato de água aos assentados e reparos emergencias no poço artesiano.

Recomendação – É uma forma extrajudicial de atuação do MPF. A recomendação não tem valor de ordem judicial, mas deve ser observada para evitar ação judicial. É um recurso usual para melhoria de serviços públicos ou de relevância pública bem como para fazer respeitar os direitos coletivos.

Fonte: Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul

EcoDebate, 29/10/2010


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