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Especialistas alertam para o risco de grandes investimentos gerarem exclusão social

A história recente do país revela que diversos municípios que receberam investimentos volumosos acabaram sofrendo também processos de concentração de riqueza, exclusão da população, degradação ambiental, entre outros. Essa é uma das conclusões do 2º Colóquio Desenvolvimento Local e Regional em Contexto de Grandes Investimentos, evento promovido ontem (25) no Rio de Janeiro.

O objetivo do colóquio é gerar subsídios para que se planeje bem o impacto de investimentos previstos no país para os próximos anos e garantir que eles venham acompanhados da melhoria das condições de vida das populações.

De acordo com Clemente Ganz Lúcio, integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), embora seja cada vez maior, entre os gestores sociais e governamentais, a consciência da importância de se planejar os investimentos e suas consequências, esse planejamento minucioso com vistas à melhoria da qualidade de vida da população que vive no entorno de onde foi aplicado o recurso ainda se trata de um desafio a ser vencido.

“Não é simples de ser feito. Em boa medida, grandes investimentos que observamos no país vieram mobilizando miséria, desigualdade, agravando problemas locais, excluindo populações e criando um ambiente para que a renda e a riqueza geradas não ficassem naqueles locais. O desafio é fazer o contrário: [fazer] com que o recurso que vai ser alocado, em determinada obra, possa mobilizar outros recursos adicionais, gerando transformações na comunidade, em suas condições de vida, de trabalho, permitindo a integração do território com outras localidades”, afirmou.

Segundo Ganz Lúcio, para garantir esse caminho de desenvolvimento regional é preciso que as ações envolvam as comunidades locais, prevejam a integração entre as três esferas de governo e contem com ações coordenadas em todo o processo.

No evento, o secretário de Políticas de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional, Henrique Villa da Costa Ferreira, também defendeu um novo modelo de gestão para reduzir as desigualdades entre as regiões. Segundo ele, a criação de um conselho envolvendo os atores federais, os estados e representantes sociais em cada comunidade poderia garantir ações integradas e de maior eficácia.

“O papel desse conselho seria estabelecer as prioridades para corrigir os desequilíbrios entre as regiões. Por meio dele, seria possível organizar os parceiros federais, como os ministérios do Meio Ambiente, das Cidades, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e o da Integração Nacional, para atuar de forma mais organizada, integrando as políticas que já existem”, disse.

O colóquio faz parte das ações do projeto Melhoria da Gestão para o Desenvolvimento da Cadeia Nacional de Fornecedores de Bens e Serviços da Petrobras, iniciativa conjunta da empresa, do Ministério do Planejamento, da Fundação Nacional da Qualidade e do Movimento Brasil Competitivo.

Reportagem de Thais Leitão, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 26/10/2010



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