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Cooperativa de reciclagem na Baixada Fluminense (RJ) é exemplo de economia solidária


A cooperativa pode funcionar como fator de inclusão social, educação crítica e exercício da cidadania (Foto: Universidade de São Paulo)

A organização e as relações sociais que surgem em uma cooperativa, particularmente uma cooperativa de reciclagem de lixo localizada na Baixada Fluminense (RJ), são analisadas no artigo Economia popular e educação: percursos de uma cooperativa de reciclagem de lixo no Rio de Janeiro, assinado por Ana Maria Marques Santos e Neise Deluiz e publicado na revista Trabalho, Educação e Saúde da Fiocruz. A pesquisa qualitativa é resultado de mais de um ano de trabalho de campo. As pesquisadoras coletaram os dados por meio de entrevistas com cooperados, lideranças da cooperativa e técnicos da Autre Terre, organização não-governamental belga que apoia o projeto. A partir desses dados, elas concluíram que a cooperativa não é apenas uma fonte de renda, mas também um importante fator de inclusão social, educação crítica e exercício da cidadania.

A crise no trabalho que vem afetando os países periféricos faz com que a economia informal cresça e, nesse contexto, encontra-se a economia popular. Segundo as pesquisadoras, “a economia do trabalho ou popular é resultado de experiências, atividades e iniciativas que, estando deslocadas dos dois sistemas formais de destinação de recursos – mercado e Estado –, precisam organizar e garantir caminhos de subsistir, garantindo a satisfação de suas necessidades econômicas”. As autoras discorrem sobre economia popular e economia solidária, explicitando suas características, singularidades e contextos em que ocorrem. Uma das expressões da economia popular é a economia solidária, na qual está inserida a Cooperativa de Reciclagem de Lixo (Coopcarmo), analisada pelas pesquisadoras.

O artigo apresenta desafios e conquistas da cooperativa, a organização e as condições de trabalho e renda, os saberes construídos na prática do trabalho, o estabelecimento de redes de ação coletiva e os espaços de aprendizagem. Além dos fatores social e econômico, a cooperativa de reciclagem de lixo lida com a questão do meio ambiente, atuando a favor da preservação ambiental. Os efeitos causados nas pessoas pelo trabalho na cooperativa, que vão além da renda, podem ser percebidos em trechos de depoimentos dos cooperados transcritos no artigo. Sentir-se como cidadão é um dos aspectos mais fortes. “Para mim é muito claro. É uma questão de dignidade. Você passa a se sentir como as outras pessoas. Para mim, o trabalho construiu muita coisa: vida, esperança, dignidade, vontade de viver”, declarou uma cooperada.
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A pesquisa de campo realizada na Coopcarmo a partir da observação-interlocução com seu entorno permite entender melhor o funcionamento de cooperativas de economia popular e sua inserção na sociedade – as cooperativas foram criadas como consequência das situações social e econômica e com um papel ativo de transformações sociais ao seu redor. Além disso, os depoimentos tornam claras as mudanças pessoais que acontecem em cada indivíduo ligado à cooperativa. Com texto fluido, o artigo faz a junção da base teórica à análise da prática, constituindo uma leitura enriquecedora.

Para ler a íntegra do artigo, clique aqui.

Reportagem de Marina Bittencourt, Agência Fiocruz de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 14/11/2009

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