EcoDebate

Plataforma de informação, artigos e notícias sobre temas socioambientais

Notícia

Lula: acordo sobre condição do trabalho em plantação de cana responde a críticas de países ricos

Ao participar ontem (25) do evento que formalizou a assinatura do Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o acordo é uma resposta às críticas internacionais de que os cortadores de cana trabalham em situação semelhante à de escravidão, argumento usado pelos países ricos para barrar a entrada do etanol brasileiro no comércio mundial.

Sei que o trabalhador de cana trabalha no pesado, mas é menos pesado do que trabalhar em uma mina de carvão, que foi o que transformou seu país numa potência [referindo-se ao desenvolvimento das nações ricas]. Tirem o dedo sujo de combustível fóssil do nosso combustível limpo, senão fica acusação por acusação”, disse Lula.

Negociado desde julho de 2008, o acordo foi firmado por representantes dos usineiros, dos trabalhadores e do governo federal. O compromisso visa a eliminar o agenciador, conhecido como gato, na contratação dos trabalhadores.

O contrato será feito diretamente pelas empresas ou por meio das agências do Sistema Nacional de Emprego (Sine), na hora de admitir migrantes. Os trabalhadores terão carteira de trabalho assinada e direito à Previdência Social.

Os trabalhadores terão direito a duas pausas diárias, a usar equipamentos de segurança e a transporte até o local de trabalho, além da distribuição de recipientes térmicos (marmitas). A adesão das empresas é voluntária e não haverá incentivo fiscal.

Das mais de 400 usinas de açúcar e álcool do país, 305 já aderiram ao termo, segundo levantamento da União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica).

Mesmo considerando o acordo um avanço, os trabalhadores reclamam dos empresários não arcarem com o custo da alimentação e nem ter ocorrido um consenso sobre um piso nacional para categoria, quesitos que ficaram fora do acordo.

“Não conquistamos, ainda, a comida dentro da marmita”, disse o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch.

Para o presidente da Unica, Marcos Jank, o compromisso se “diferencia de qualquer negociação já feita no Brasil”. Ele destacou que o álcool combustível é a segunda principal fonte de energia do país. Em primeiro lugar, está o petróleo. O Brasil ocupa a segunda posição de exportador de etanol no mundo, respondendo por 35% da produção mundial.

Edição: Lana Cristina

Matéria de Carolina Pimentel, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 26/06/2009.

Nota do EcoDebate: sobre o mesmo tema, leiam, também “CPT critica falsa tentativa de certificação do etanol

Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta que envie um e-mail para newsletter_ecodebate-subscribe@googlegroups.com . O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.