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O consumo crescente de peixes pode ser saudável, mas não é sustentável

Pesca no golfo do Maine, EUA. Foto da National Geographic Society
Pesca no golfo do Maine, EUA. Foto da National Geographic Society

[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] A cada dia lemos mais artigos, reportagens e documentos de recomendam o aumento do consumo diário de peixes, tendo em vista os seus benefícios para a saúde, mas isto pode ser insustentável, diante da crescente sobrepesca. É o que afirmam dois novos estudos “Are dietary recommendations for the use of fish oils sustainable?“, publicado no Canadian Medical Association Journal e “Fish, human health and marine ecosystem health: policies in collision“, publicado no International Journal of Epidemiology.

A comunidade médica insistentemente recomenda o consumo de peixes, reconhecidamente mais saudável do que o consumo de carne vermelha. Diversas pesquisas comprovam os benefícios do consumo de peixes, principalmente em razão dos ácidos graxos ômega 3.

No entanto, os autores do estudo destacam que os estoques marinhos estão decaindo rapidamente, com potenciais riscos à segurança alimentar das comunidades costeiras dos países mais pobres.

Os estoques pesqueiros estão em declínio desde 1980 e a sobrepesca pode ser relacionada a 100% dos casos de extinção marinha.

Como leitura adicional sobre a sobrepesca e a redução dos estoques pesqueiros recomendamos que acessem: “‘Devemos pescar menos se quisermos continuar a pescar’, alerta especialista“, “O mar, um oceano de oportunidades? artigo de Carol Salsa“, “A alienação consumista e a degradação dos ecossistemas marinhos, por Henrique Cortez“, “Estudo avalia o impacto da sobrepesca nos ecossistemas marinhos“, “A um passo do colapso dos oceanos“, “Um terço da captura mundial de peixe é desperdiçado na produção de ração animal” e “Pesca predatória desperdiça 50 bilhões de dólares” .

O artigo “Fish, human health and marine ecosystem health: policies in collision“, publicado no International Journal of Epidemiology, apenas está disponível para assinantes. Para acessar o abstract clique aqui.

O artigo “Are dietary recommendations for the use of fish oils sustainable?“, publicado na CMAJ • March 17, 2009; 180 (6). doi:10.1503/cmaj.081274., está disponível para acesso integral. Para acessar o artigo clique aqui.

Abaixo, para maiores informações, publicamos o abstract:

Are dietary recommendations for the use of fish oils sustainable?
David J.A. Jenkins, MD DSc, John L. Sievenpiper, MD PhD, Daniel Pauly, Dr rer nat, Ussif Rashid Sumaila, Dr Polit, Cyril W.C. Kendall, PhD and Farley M. Mowat, OC DLitt

From the Risk Factor Modification Centre, St. Michael’s Hospital, and the Department of Nutritional Sciences, Faculty of Medicine (Jenkins, Sievenpiper, Kendall), University of Toronto, Toronto, Ont.; the Fisheries Centre, College for Interdisciplinary Studies, University of British Columbia (Pauly, Sumaila), Vancouver, BC; the College of Pharmacy and Nutrition (Kendall), University of Saskatchewan, Saskatoon, Sask.; Port Hope, Ont. (Mowat)

Correspondence to: Dr. David J. Jenkins, Risk Factor Modification Centre, St. Michael’s Hospital, Ste. 6133, 61 Queen St. E, Toronto ON M5C 2T2; fax 416-867-7495; cyril.kendall{at}utoronto.ca

People in developed countries have been encouraged in recent years to increase their intakes of fatty fish by at least 2–3-fold. The goal is to consume adequate amounts of the long-chain polyunsaturated omega-3 fatty acids, eicosapentaenoic acid (EPA) and docosahexaenoic acid (DHA) for optimal health and prevention of major chronic diseases. Health agencies now recommend that the current average intake of 100 mg/d of omega-3 fish oils, reported in the National Health and Nutrition Examination Survey III,1 should be raised to 1000 mg (2 servings of oily fish) per week for prevention of chronic disease.2 Amounts of 250 mg/d3 to as high as 1000 mg/d are suggested for secondary prevention of coronary artery disease, and amounts of 2000–4000 mg/d are recommended for the management of elevated triglyceride levels.4

The main problem with this advice is that, even at current levels of fish consumption, fisheries globally have reached a state of severe crisis (Figure 1).5–8 Already, the demand from affluent and developing economies, particularly newly affluent China, cannot be met by the world’s fisheries.6 Moreover, declining catches are increasingly diverted toward affluent markets rather than local ones, with dire consequences for the food security of poorer nations, islands and coastal communities.9

[EcoDebate, 21/03/2009]

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One thought on “O consumo crescente de peixes pode ser saudável, mas não é sustentável

  • Missao Tanizaki

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    MISSAO TANIZAKI
    Fiscal Federal Agropecuário
    Bacharel em Química
    missao.tanizaki@agricultura.gov.br (ESTÁ PARA MUDAR)
    Esplanada dos Ministérios, Bloco “D”, Sala 346-B, Brasíla/DF

    TUDO POR UM BRASIL / MUNDO MELHOR

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