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Mulheres são responsáveis por 75% de todo o trabalho de cuidado não remunerado no mundo, diz Oxfam

 

Mulheres são responsáveis por 75% de todo o trabalho de cuidado não remunerado no mundo, diz Oxfam

Novo relatório da Oxfam mostra que a desigualdade global está em níveis recordes e que o número de bilionários dobrou nos últimos dez anos

Um novo relatório divulgado pela Oxfam mostra que as mulheres são responsáveis por 75% de todo o trabalho de cuidado não remunerado no mundo. Por causa do tempo que gastam com o cuidado, costumam trabalhar menos em seus empregos ou precisam abandoná-los. Em média, 42% das mulheres não conseguem trabalho remunerado porque são responsáveis por todo o trabalho de cuidado, enquanto que entre os homens esse percentual é de apenas 6%.

Os dados constam no documento “Tempo de cuidar – O trabalho de cuidado não remunerado e mal pago e a crise global da desigualdade”, lançado no último dia 20/01, às vésperas do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

“Milhões de mulheres e meninas passam boa parte de suas vidas fazendo trabalho doméstico e de cuidado, sem remuneração e sem acesso a serviços públicos que possam ajudá-las nessas tarefas tão importantes”, diz a diretora executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia.

A organização integra o Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030).

De acordo com o estudo, as mulheres também acabam sendo maioria quando o assunto é a força remunerada do trabalho de cuidado. Elas são enfermeiras, faxineiras, trabalhadoras domésticas e cuidadoras, geralmente mal pagas, com poucos benefícios e trabalham em horários irregulares. Essas condições acabam gerando mais problemas físicos e emocionais para essas profissionais.

O relatório da Oxfam traça um panorama da desigualdade em nível global e mostra que a desigualdade está em níveis recordes. O número de bilionários dobrou na última década e eles estão cada vez mais ricos. Para se ter uma ideia, os 2.153 bilionários do mundo possuem mais riquezas do que 4,6 bilhões de pessoas, ou cerca de 60% da população mundial. Não apenas isso. Os dados revelam que as economias do mundo são sexistas – basta vermos os números do trabalho de cuidado não remunerado.

A situação tende a piorar quando consideramos que a população mundial está aumentando e envelhecendo. Segundo dados do IBGE, a estimativa é que 2,3 bilhões de pessoas vão precisar de cuidado em 2030. No Brasil, em 2050, serão cerca de 77 milhões de pessoas dependentes de cuidado, ou pouco mais de um terço da população estimada, incluindo idosos e crianças. Devido à ausência de instituições de assistência a idosos, 90% do trabalho de cuidado são feitos pelas famílias, de maneira informal. Desses 90%, quase 85% são feitos por mulheres.

A Oxfam defende que os ricos e grandes empresas devem pagar mais impostos para financiar a luta contra a pobreza e as desigualdades e apresenta uma série de recomendações, incluindo o investimento em sistemas nacionais de prestação de cuidados para solucionar a questão da responsabilidade desproporcional pelo trabalho de cuidado realizado por mulheres e meninas.

Fonte: GT Agenda 2030

desigualdade e valor do cuidado

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 03/02/2020

[cite]

 

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