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Pesquisa identifica pesticida DDT no solo de 16 municípios do Acre

 

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Por Ariane Povoa, da Radioagência Nacional.

Uma pesquisa do Instituto Federal do Acre recolheu amostras do solo de 17 municípios no estado e constatou, em 16 deles, a presença do pesticida conhecido como DDT.

Na década de 70, esse agrotóxico foi amplamente usado no combate à malária na região amazônica. O produto era aplicado pelos ex-agentes públicos que eram ligados à extinta Sucam – Superintendência de Campanhas de Saúde Pública, chamados guardas da malária.

Hoje o pesticida é apontado pela Associação DDT e Luta Pela Vida como a causa da intoxicação de mais de 540 agentes, somente no estado do Acre. O poder público não reconhece a intoxicação.

O professor responsável pela pesquisa do Instituto Federal, Luis Pedro de Melo Plese, informou que as amostras do solo foram coletadas em pontos onde o produto havia sido aplicado e armazenado. Segundo o professor, das 293 amostras validadas, em quase 70% delas foi confirmada a presença do pesticida.

Sonora: “Como nós não tínhamos relatos na literatura e nenhum tipo de informação a respeito do DDT aqui no estado do Acre, na questão ambiental; no solo ou na água, a gente resolveu fazer primeiramente esse levantamento. A gente tinha determinado 16 municípios, depois passou a ser 17 e a gente determinou 20 pontos em cada município.”

O estudo durou dois anos. Dos municípios avaliados, apenas em Bujari não foi detectada a contaminação. Mas, segundo o pesquisador, nessa cidade, foram coletadas amostras em somente 7 pontos, que eram de fácil acesso.

O presidente da Associação DDT e Luta Pela Vida, Aldo Moura, foi um dos guardas da malária e estima já ter perdido 230 colegas de trabalho devido aos efeitos do DDT.

Aldo diz que contribuiu com a pesquisa e espera que o resultado ajude comprovar o perigo da exposição ao agrotóxico.

Sonora: “Eu participei diretamente, levando eles aos locais onde era guardado esse material e nos locais onde a gente borrifou com mais intensidade. A pesquisa mostra que ele ainda está causando danos ao meio ambiente, à saúde do homem e consequentemente dos animais.”

O professor Luis Pedro Plese destaca a necessidade de atuação para evitar que mais pessoas sejam contaminadas.

Sonora: “Uma das características desse produto é uma alta persistência. E como ele tem uma tendência a ficar ligado às partículas do solo a reatividade com o meio é baixa, é bem lenta. Se a pessoa tiver o contato e se intoxicar com esse produto, ele tem a característica de se ligar com a gordura, com o tecido adiposo. E aí a pessoa pode sofrer ao longo do tempo alterações nas suas células, devido a esse contato.”

O pesquisador afirma que a equipe de pesquisa já está se estruturando para desenvolver, a partir do mapeamento, uma técnica para descontaminar as áreas identificadas.

 


Se preferir, pode ouvir a entrevista no seu player ou fazer o download do arquivo MP3 clicando aqui.

Confira a íntegra da entrevista no player acima!

 

Publicado no Portal EcoDebate, 06/07/2015


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