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Os horizontes do Pólo Coceira, Santa Quitéria, Baixo Parnaíba Maranhense, por Mayron Régis

 
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[Territórios Livres do Baixo Parnaíba] Todos ali participavam das associações dos povoados do Coceira, Baixão da Coceira, Lagoa das Caraíbas e São José, município de Santa Quiteria, Baixo Parnaiba maranhense. As sessões ocorriam embaixo da casa de farinha, pertencente ao senhor Verissimo, pequeno proprietário rural da comunidade de Coceira. Geralmente, as concentrações de gente para questões que atormentavam as comunidades acorriam para essa comunidade sem excluir as outras, visto que em Baixão da Coceira, comunidade presidida pela dona Francisca, ocorrera uma importante concentração cujo assunto se “resumira” a disputa das terras do polo Coceira na qual a Suzano Papel e Celulose triunfaria caso as comunidades desse polo assumissem uma postura de suplica pela tolerância da empresa ou de esperança que surgisse um salvador em meio ao desmatamento causado pelos funcionários da Suzano. Quando o assunto, de alguma forma, triscava no nome Suzano Papel e Celulose, esse assunto extrapolava os limites do polo e, quem sabe, chegava até Vertentes, comunidade de Santa Quiteria, próxima a São Bernardo. O nome Gilmar obtém o mesmo efeito.

As comunidades do polo Coceira se aglomeravam segundo um calendário prévio decidido entre as comunidades e as organizações da sociedade civil. Provavelmente, essa sequencia de anos, de 2006 a 2012, será lembrada como notável do ponto de vista organizacional. Em parte, isso se deve à extrema importância que se confere a algumas áreas em conflito agrário e conflito ambiental do Baixo Parnaiba maranhense e, por outra parte, em razão do fluxo constante de gente que ia e que vinha para acompanhar alguma audiência publica ou na sua comunidade, ou na comunidade do vizinho ou na sede do município. Ah sim, as comunidades se locomovem por conta de seus interesses e por mais integra que seja uma comunidade os interesses mesquinhos do dia a dia se misturam com o projeto político de longo prazo, ainda mais em uma época de horizontes passageiros.

Algumas pessoas davam como certa a venda de parte das terras do polo Coceira depois que o Iterma confirmasse as titularidades das áreas para as associações (os presidentes das associações do polo descartam uma possível venda, descartam a derrubada do bacuri verde e a serragem das árvores da mata nativa). O Gilmar, plantador de soja, passaria a frente de qualquer um no intuito de adquirir essas áreas do polo Coceira; não se sabe de quem adquiriu, mas na parte da frente da Chapada do povoado Coceira ele averbou um pouco mais de 300 hectares de área de reserva legal.

Fora essa noticia não muito boa para o povoado Coceira, a noticia excelente é que o restante da área do Coceira ou seja cerca de mais de mil hectares o governo do Maranhão arrecadou assim como os mais de dois mil hectares do Baixão da Coceira. A exposição feita pelos funcionários do Iterma no dia 20 de agosto as comunidades Coceira, Baixão da Coceira, Lagoa das Caraíbas, São José e Santa Helena, município de Santa Quitéria, atestando que os quase sete mil hectares do polo Coceira são terras devolutas soterra qualquer pretensão da Suzano a desmatar e a plantar eucaliptos nessa Chapada.

Agora só resta arrecadar as áreas da Lagoa das Caraíbas e de São José.

* Mayron Régis, Articulista do EcoDebate, é Jornalista e Assessor do Fórum Carajás e atua no Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Fórum Carajás, SMDH, CCN e FDBPM).

** Artigo enviado pelo Autor e originalmente publicado no blogue Territórios Livres do Baixo Parnaíba.

EcoDebate, 27/08/2012

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