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Bioenergia no bolso do brasileiro

[Por Luana Copini para o EcoDebate] Os preços do etanol e da gasolina comum tiveram queda na última semana de maio enchendo o bolso do brasileiro com dados otimistas. Isto, segundo o Levantamento de Preços da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Bicombustível (ANP) que é aplicado semanalmente.

Segundo a pesquisa, no Brasil o preço médio da gasolina comum (que contém 25% de etanol anidro) foi de R$ 2,82 por litro, apresentando uma redução de 1,68%. Já o preço médio de revenda do etanol hidratado no país caiu 4,58% no mesmo período, e passou para R$ 1,99 por litro.

Na cidade de São Paulo, a queda dos preços médios de revenda foi  de 4 % para o etanol e 0,94% para a gasolina. E de acordo com o Ministério de Minas e Energia, a tendência para as próximas semanas é que os preços mantenham-se em queda, tanto para a gasolina quanto para o etanol hidratado, devido ao início da safra da cana-de-açúcar.

O etanol provém da cana-de-açúcar e é utilizado como combustível automotivo em duas versões: álcool hidratado (em carros a álcool ou flex) e álcool anidro (adicionado à gasolina na proporção de 25%). O primeiro tipo possui 7% de água na mistura enquanto o segundo no máximo 0,7%.

Atualmente além de consumidor o Brasil é exportador de etanol. Em 2005 estimava-se que a área ocupada pela plantação e produção de cana-de-açúcar era equivalente a 5,8 Mha, segundo a Food and Agriculture Organization (FAO) e que a exportação correspondia a 15% da sua produção.

Para especialistas, tanto a produção quanto a exportação do etanol contribuem para uma mudança de consciência, para a sustentabilidade e para a colocação do Brasil entre os primeiros com relação ao desenvolvimento de pesquisas sobre bioenergia.

Para Marcos Silveira Buckeridge que é coordenador do Programa de Bioenergia (Bioen) da FAPESP e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol, a cana-de-açúcar ainda é uma alternativa viável ao bolso do brasileiro e ao meio ambiente.

O pesquisador é otimista afirmando que o uso da cana-de-açúcar ainda é pouco explorado, pois 1/3 dela é utilizado como fonte energética, restando assim 2/3 de possibilidades para estudos do bagaço e da palha, por exemplo.

O Brasil é um dos líderes mundiais quanto à produção de bionergia. “A matriz energética no mundo é dominada pelo petróleo, não que no Brasil não o seja, mas possuímos a distribuição mais sustentável do mundo com relação à bioenergia, e grande parte dela devido ao bioetnol”, afirma Marcos.

De acordo com o Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2010, em dezembro de 2009 o bicombustível era produzido essencialmente por óleo de soja (111,31 mil m³), seguido de sebo (30,04 mil m³), óleo de algodão (8,96 mil m³) e outras matérias primas como óleos de mamona palma, amendoim, girassol e nabo forrageiro, e óleos e gorduras residuais.

Outro substituto do petróleo, além do etanol, é o hidrogênio. Para o Centro Nacional de Referência em Energia do Hidrogênio (Ceneh) apesar do custo ser mais elevado do que o petróleo, o hidrogênio é abundante e sua combustão só gera água, não agredindo o meio ambiente. Para os defensores do seu uso, o que o difere dos demais é a não emissão dos gases do efeito estufa.

Luana Copini é participante do Projeto Repórter do Futuro, que visa à interação de alunos de jornalismo e da sociedade civil sob estudos e experiências com relação à Amazônia e ao meio ambiente.

EcoDebate, 17/06/2011

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