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Depois de dois anos, aerossóis de queimadas aumentam na Amazônia

Depois de dois anos, aerossóis de queimadas aumentam na Amazônia

A emissão de aerossóis, fuligem de queimadas em suspensão na atmosfera, aumentou significativamente na Amazônia em relação aos dois últimos anos (2008 e 2009). A constatação é do grupo de pesquisa de Qualidade do Ar, do CPTEC/INPE.

Os aerossóis são emitidos pelas queimadas, produtos da queima da biomassa, com maior incidência nos meses de agosto e setembro. O pesquisador do CPTEC, Saulo Freitas, explica que as emissões de queimadas das regiões centrais e norte do País teriam migrado neste período para o oeste e noroeste da Amazônia, pela ação dos ventos. Nestas regiões, onde já estaria ocorrendo um período de estiagem, os aerossóis podem ter ajudado a intensificar a seca, já que estas partículas na atmosfera tendem a inibir a formação de nuvens.

Estudos recentes e preliminares vêm apontando a possibilidade de os aerossóis assumirem um papel relevante no clima destas regiões amazônicas, ao impactar o regime de chuvas. Segundo Freitas, o tema, ainda muito recente, começa a atrair grupos de pesquisa, do país e exterior, que iniciam estudos sobre a relação entre aerossóis e o clima da região.

A medição dos aerossóis é também de interesse da área de saúde pública, que a utiliza como indicador de políticas públicas. A maior concentração destas partículas na atmosfera afeta diretamente a saúde das populações destas regiões, aumentando a incidência de doenças respiratórias.

A concentração dos aerossóis é obtida de forma indireta, a partir de dados do sensor Modis, dos satélites Terra e Acqua, da Nasa, que permitem calcular a diferença entre a radiação solar incidente sobre as camadas de aerossóis suspensos na atmosfera e aquela que chega à superfície. A medida é feita na escala Aerossol Optical Deeph (AOD – traduzida como Espessura Ótica do Aerossol), cujos valores estão diretamente relacionados com a quantidade de partículas na atmosfera. Valores normais na Amazônia são menores que 0.1. Durante a queima, picos acima de 1 podem ser observados.

Informe do INPE, publicado pelo EcoDebate, 11/11/2010

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