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Denúncia: Agentes pastorais e trabalhadores rurais são alvos de ameaças e perseguições em Tocantins

A Coordenação da CPT – Regional Araguaia-Tocantins vem a público para denunciar as perseguições e ameaças sofridas nos últimos meses pelo agente pastoral Silvano Lima Rezende e trabalhadores rurais do Projeto de Assentamento Santo Antonio Bom Sossego, município de Palmeirante-TO, situado a aproximadamente 40 quilômetros da cidade de Colinas do Tocantins-TO e a 03 km da TO-225 lado leste.

A área que é hoje o Assentamento Santo Antonio Bom Sossego foi grilada por três fazendeiros e ocupada desde 2005 por trabalhadores rurais sem terra. Na criação do assentamento o INCRA fez um acordo verbal com os ditos “fazendeiros” e reduziu o assentamento que era previsto inicialmente para 19 famílias e assentou apenas nove dessas famílias, deixando o restante da área reivindicada para os grileiros. As 10 famílias não assentadas continuaram ocupando a área entregue, de forma irregular e através de influências políticas, aos grileiros.

Recentemente tem ocorrido a exploração de madeira da reserva legal do assentamento.

A ocupação legítima desses trabalhadores, tem provocado reações violentas por parte dos fazendeiros (grileiros) e madeireiros que vem se concretizando através de pistoleiros em perseguições e ameaças a partir de março de 2010, quando o agente pastoral recebeu a primeira ameaça de morte depois de denunciar a presença de homens armados dentro do Assentamento Santo Antonio Bom Sossego. No período de agosto de 2010 até o último domingo, ocorreram vários episódios agravando os conflitos entre trabalhadores rurais sem terra e pistoleiros. É constante a presença de pistoleiros armados na área. No dia 03/10/10 à tarde, os pistoleiros atearam fogo em barracos de famílias ocupantes, destruindo os barracos do senhor João Neto e Senhor Adaugenor. Um dos posseiros viu a presença dos criminosos na área. Entre eles, um dos grileiros.

Diante da situação insustentável e conflituosa, a Coordenação do Regional Araguaia- Tocantins da CPT exige que as autoridades investiguem as denúncias de ameaças e as violências praticadas e que façam cumprir os dispositivos constitucionais da função social da propriedade, reconhecendo os direitos dos trabalhadores que resistem na terra.

Ao mesmo tempo expressa apoio e solidariedade aos trabalhadores sem-terra, ocupantes da área e ao agente pastoral Silvano, ameaçados e perseguidos, desejando-lhes obstinação e firmeza ao lado daqueles que ao longo da história sofrem a exclusão dos direitos, principalmente, do acesso à terra.

Araguaína, 08 de outubro de 2010

Pedro Ribeiro e Samuel Viana
Coordenação Regional Araguaia-Tocantins
Comissão Pastoral da Terra

EcoDebate, 13/10/2010

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