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Meta de reduzir fome pela metade ainda está longe de ser cumprida, avalia organização internacional Oxfam

milho

A cinco anos do prazo determinado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o mundo corre o risco de não cumprir a meta de reduzir a fome pela metade, compromisso número um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs).

Apesar da redução do número de pessoas famintas de 1,023 bilhão para 925 bilhões no último ano, divulgada hoje (14) pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o caminho ainda é longo e depende da cooperação entre países ricos e pobres.

A avaliação é da organização internacional Oxfam, que calcula em US$ 75 bilhões o valor necessário para cumprir o ODM 1 e chegar a 2015 com 10% de pessoas subnutridas, metade da proporção de 1990.

“Se promessas alimentassem, não haveria mais nenhuma pessoa com fome no mundo. Mas os líderes políticos estão muito mais dispostos a anunciar compromissos do que a transformá-los em ações concretas”, critica o relatório Reduzir a Fome pela Metade: ainda É Possível?, lançado hoje (14) pela Oxfam em Londres.

Apesar dos resultados globais negativos, a meta de reduzir o percentual de famintos pela metade já foi alcançada por pelo menos 12 países, segundo a Oxfam, entre eles o Vietnã, Equador, Peru e a Nigéria. Em outros, como no Brasil e na China, as ações estão “bem encaminhadas”.

O Brasil é citado no documento como uma das experiências positivas no combate à fome, com elogios ao Bolsa Família e aos programas de estímulo à agricultura familiar. “O Brasil transformou a luta contra a fome em política de Estado, impulsionando a proteção social e apoiando a agricultura familiar”, diz o relatório. Segundo a Oxfam, o Brasil reduziu de 10% para 6% o percentual de pessoas com fome entre 1990 e 2006 e cortou pela metade a proporção de crianças com peso abaixo do normal, o que coloca o país em um “bom caminho” para alcançar o ODM 1 até 2015.

A organização defende um pacote de ações para “salvar” os ODMs, principalmente os relacionados à redução da fome, à saúde materna e ao saneamento, que são os mais atrasados até agora. A sugestão da Oxfam é a criação de um plano de ação global, com prazos para que cada país apresente seu planos nacionais de combate à fome.

Para cumprir a meta, nos próximos anos os países pobres terão que investir US$ 37,5 bilhões no combate à fome. A outra metade do orçamento deverá ser repassada pelas nações ricas, calcula a Oxfam. Além do suporte financeiro, a organização defende a derrubada de barreiras comerciais para produtos agrícolas e o fim dos subsídios para os biocombustíveis, cuja produção em alguns países compete com a de alimentos.

Reportagem de Luana Lourenço, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 15/09/2010

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