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ONU propõe fim da exportação de atum de barbatana azul do Atlântico

Funcionário de supermercado francês corta atum de barbatana azul importado do Sri Lanka.
Funcionário de supermercado francês corta atum de barbatana azul importado do Sri Lanka. Foto: Christophe Ena/AP/Estadao.com.br

As populações do atum de barbatana azul no Atlântico caíram mais de 80% desde o século 19

Os países do mundo deveriam proibir a exportação do atum de barbatana azul do Atlântico, declarou um comitê das Nações Unidas, dando apoio a uma proposta que sofre forte oposição do Japão, que valoriza o peixe como um ingrediente de sushi.

As populações de barbatana azul no Atlântico caíram mais de 80% desde o século 19 e, portanto, a proteção especial teria base científica, disse a Cites, grupo da ONU que supervisiona a Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas. Reportagem da Associated Press .

“Estamos recomendando que as partes aceitem a proposta”, disse o chefe científico da Cites, David Morgan.

O principado de Mônaco está pedindo que os 175 membros da convenção concordem em proibir a exportação de barbatana azul do Atlântico durante uma reunião marcada para Doha, no Qatar, em março.

O plano é uma das 42 propostas de conservação que os membros vão analisar, juntamente com possíveis proibições do comércio de produtos derivados de ursos polares, alguns tipos de tubarão e outras espécies.

A reunião também decidirá se é o caso de restringir ou suavizar a proibição do comércio de marfim de elefante, outra questão controversa.

Mas a disputa em torno do atum – que põe uma maioria de países do norte da Europa contra o Japão e nações do Mediterrâneo – provavelmente atrairá a maior parte da atenção, porque ameaça tirar o tradicional peixe do cardápio do sushi.

Turquia, Espanha, Grécia e Malta têm milhares de empregos que dependem da captura e exportação do peixe. França e Reino unido comprometeram-se a apoiar a proibição.

O barbatana azul, que pode chegar 1 metro de comprimento e a pesar mais de 600 quilos, chega a custar US$ 20 (cerca de R$ 40) em restaurantes de luxo em Tóquio. O Japão compra 80% da pesca mundial, com o restante dividido entre EUA, Europa e Coreia do Sul. na Europa, o sushi de barbatana azul ainda é muito raro.

A Comissão Internacional para a Conservação do Atum do Atlântico, que agrega os países pesqueiros, já define cotas de pesca do barbatana azul. O limite atual caiu 40% em relação ao de 2009.

Ambientalistas dizem que as cotas são ignoradas e, mesmo se fossem cumpridas, seriam altas demais.

A proibição da pesca no Atlântico não afetaria a espécie no Pacífico que, embora também esteja ameaçada, não é alvo de proposta de limitação de pesca, disse Morgan. A proibição também não afetaria a pesca do atum comum que vai parar em latas e sanduíches.

O barbatana azul do Atlântico “é um produto particular de uma espécie muito procurada, vendida em quantidades muito pequenas se comparadas ao atum em geral”, disse ele.

Ele acrescentou que o comitê não vai recomendar a proibição do comércio de produtos derivados de urso polar, requisitada pelos EUA mas combatida pelo Canadá.

Reportagem da Associated Press, no Estadao.com.br.

EcoDebate, 09/02/2010

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