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Novo estudo destaca a relevância das queimadas nas mudanças climáticas

Incêndios florestais na Califórnia, em outubro de 2007
Incêndios florestais na Califórnia, em outubro de 2007

[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] Um novo estudo [Fire in the Earth System] publicado na revista Science, de 24/09/2009, destaca a importância das queimadas e incêndios florestais para as mudanças climáticas, o que reforça os argumentos contra países maciços emissores de CO2 por estas fontes, como o Brasil e a Indonésia.

De acordo com os pesquisadores, as queimadas e os incêndios florestais respondem por 20% de toda a emissão de CO2 derivado de atividades humanas.

Os pesquisadores afirmam que estas fontes foram subavaliadas quando da formulação dos cenários para as mudanças climáticas, elaborados pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC).

A questão é relevante, tendo em vista que as queimadas, por mais danosas que sejam, ainda são largamente adotadas ao redor do planeta e, com o aquecimento global, os incêndios florestais tendem a se agravar. De acordo com outro estudo [Global Pyrogeography: the Current and Future Distribution of Wildfire], recentemente publicado, as mudanças climáticas alteram os padrões, a frequência e a intensidade dos incêndios.

Os autores destacam a necessidade de avaliar corretamente os impactos das queimadas e incêndios, tendo em vista a ecologia, o clima, os modelos globais e os danos sociais.

Grandes incêndios no sudeste da Austrália, em janeiro de 2007
Grandes incêndios no sudeste da Austrália, em janeiro de 2007

Um dos destaques da pesquisa é a analise dos recentes grandes incêndios florestais em Victoria, Austrália. A queima das florestas emite grandes quantidades de CO2, mas também metano e particulados, danificando o solo e gerando perdas econômicas, ambientais e para a saúde humana.

O planeta Terra é, essencialmente, inflamável, se consideramos o carbono estocado na vegetação, principalmente em períodos de seca. O metano estocado e o próprio oxigênio atmosférico também contribuem para a facilidade de ignição e expansão dos incêndios.

Os pesquisadores estimam, que na seca de 97/98, na Amazônia continental, as queimadas/incêndios florestais tenham devastado uma área de 39 mil Km2 de floresta, com grandes efeitos na emissão de CO2.

Estudar, avaliar e gerenciar as fontes de queimadas e incêndios possui uma grande importância para evitar maiores danos climáticos e isto, provavelmente, será cobrado dos países que não aboliram a prática das queimadas, tal como o Brasil e a Indonésia.

Não é necessário, dado ao amplo conhecimento, apresentar informações adicionais sobre as queimadas no Brasil, mas quanto à Indonésia, sugerimos que leiam as matérias “Incêndios florestais na Indonésia ‘esfumaçam’ a vizinha Malásia” e “Maior parte das emissões de CO2 da Indonésia vem de queimadas florestais, diz Greenpeace“.

O artigo “Fire in the Earth System“, publica na revista Science, 24 April 2009, Vol. 324. no. 5926, pp. 481 – 484, DOI: 10.1126/science.1163886, apenas está disponível para assinantes.

[EcoDebate, 24/04/2009, com informações de Gail Gallessich, University of California – Santa Barbara]

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