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Prefeito eleito de Anapu diz que prefere alimentar população a preservar floresta

Anapu (PA) - Área no município de Anapu, onde existe o Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, idealizado pela missionária norte-americana Dorothy Stang Foto: Antônio Cruz/ABr
Anapu (PA) – Área no município de Anapu, onde existe o Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, idealizado pela missionária norte-americana Dorothy Stang Foto: Antônio Cruz/ABr

Anapu (PA) – O prefeito eleito do município de Anapu (PA), Francisco de Assis (PT), afirma que a preservação da floresta e o desenvolvimento de programas de exploração sustentável serão bandeiras de sua administração.

No entanto, ele reconhece que o trabalho de preservar a mata é complexo e diz que, entre alimentar a população e não derrubar árvores, escolhe a primeira opção.

“Algumas pessoas pensam que vivemos aqui como índios, mas essa não é a verdade. Reconhecemos a importância da preservação da Amazônia e trabalharemos por isso, mas a população também precisa comer, trabalhar, ter saúde”, disse o futuro prefeito, afirmando que o próprio Estado incentivou a ida de migrantes para a Amazônia para “desenvolver” a região, ainda na década de 70.

A extração de madeira, a agropecuária e a agricultura familiar são as principais atividades econômicas do município, onde a missionária americana Dorothy Stang foi assassinada, em 2005. As três contrastam com uma das principais preocupações mundiais relacionadas ao meio ambiente: a preservação da floresta amazônica.

Com mais de 12 mil quilômetros quadrados de extensão, Anapu concentra cerca de 85% de sua população, estimada em 19 mil habitantes, na zona rural. Ou seja, dentro da floresta.

Situada no sudeste do Pará, a 750 quilômetros da capital Belém – entre os municípios de Altamira e Marabá – a cidade de Anapu é cortada pela Rodovia Transamazônica. Para chegar ao município, é preciso enfrentar muitos buracos e cerca de 150 quilômetros de estrada de terra saindo de Altamira.

Se viagem for por Marabá, o caminho é ainda mais difícil. São aproximadamente 360 quilômetros de Transamazônica que, nos meses de chuva, ficam intrafegáveis. “Quando chove, alguns fazendeiros colocam tratores à beira da estrada para rebocar os vários caminhões que ficam atolados. Eles cobram R$ 50 para cada socorro”, conta o taxista Leopoldo Pereira, morador de Altamira que também transporta passageiros para Anapu.

Matéria de Ivan Richard, da Agência Brasil, publicada no EcoDebate, 20/11/2008.

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