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Pacto pela preservação de recursos naturais é criticado por ONGs


Representantes de cadeias produtivas de madeira, soja e pecuária bovina assinaram pactos pela comercialização de produtos da Amazônia destinados à cidade de São Paulo com garantia do cumprimento de direitos sociais e a preservação dos recursos naturais. Os termos de compromisso foram assinados, no dia 15/10, em evento que contou com a presença do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

“O pacto dá visibilidade para um compromisso público com a sociedade, e a gente reconhece que São Paulo gera impacto sobre a Amazônia e que existem maneiras mais legais e mais ambientalmente responsáveis de comercializar madeira na cidade de São Paulo”, afirmou Karla Aharonian, gerente de produtos ecológicos da Eco Leo, da Leo Madeiras, uma das signatárias.

O pacto da madeira recebeu 28 adesões de empresas intermediárias, redes de comércio direto com o consumidor e organizações não-governamentais. O termo de compromisso da pecuária, referente ao comércio de carne, obteve 17 assinaturas, entre frigoríficos, indústrias alimentícias, supermercados e organizações sociais. Já o pacto da soja reuniu 13 adesões iniciais de redes de supermercados e entidades da sociedade civil.

ONGs rejeitam pactos pela preservação da Amazônia

A assinatura de um pacto pela preservação da floresta amazônica entre empresas e ONGs, que ocorreu nesta quarta-feira (15), teve baixas.

A ONG Amigos da Terra, por exemplo, não assinou o documento sobre a pecuária. O Instituto Socioambiental não participou do pacto pela soja.

A iniciativa dos acordos da soja, da pecuária e da madeira, organizada pelo Movimento Nossa São Paulo e pelo Fórum Amazônia Sustentável, é uma forma de fazer com que as empresas de São Paulo olhem para toda a cadeia de produção e não ajudem na derrubada ilegal da floresta amazônica.

Para a Amigos da Terra, as empresas do setor de carne apenas se comprometeram a não cometer crimes, mas não a comprar de terras idôneas, com reserva legal, licenciamento rural e outros requisitos.

Para Carlos Magri, do Instituto Ethos, um dos coordenadores do projeto, a assinatura é apenas o início de um processo. “O Fórum Amazônia Sustentável vai acompanhar de perto os pactos e novos itens poderão surgir.”

Pelo texto assinado ontem, as empresas não comprarão de proprietários que estejam nas listas sujas do Ibama ou do trabalho escravo.

Por Bruno Bocchini, da Agência Brasil e Eduardo Geraque, da Folha de S.Paulo.

[EcoDebate, 17/10/2008]

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