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Lula dá 60 dias para solução de entraves da política nuclear


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu nesta segunda-feira um prazo de 60 dias para que ministros e técnicos da área nuclear do governo lhe apresentem uma proposta de política nacional para o setor. A gestão dos rejeitos é considerada o grande gargalo para a conclusão das discussões. Reportagem de Fernando Exman, da Agência Reuters.

Segundo fonte que participou da reunião do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro, convocada pelo presidente, há um consenso no governo de que a energia nuclear deve ganhar mais importância na matriz energética brasileira. Além de Angra 3, está em estudo a construção de outras quatro usinas nucleares. Integrantes do governo argumentam que a medida é essencial para garantir a segurança energética do país.

Para apresentar esse projeto ao presidente, no entanto, os diversos órgãos do Executivo têm ainda de chegar a um consenso sobre o destino do lixo nuclear produzido pelas usinas. Tal solução é considerada essencial para que o governo consiga o apoio da sociedade para a ampliação do número de usinas nucleares.

O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Dias Gonçalves, disse na reunião que já há uma solução para os dejetos que garantiria o armazenamento seguro do lixo por mais de 500 anos. Atualmente, o Brasil guarda o lixo atômico em piscinas próximas às usinas. Recentemente, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que o atual modelo não satisfaz as exigências de sua pasta.

Segundo essa mesma fonte, Minc achou a sugestão do presidente da CNEN consistente. Cobrou, entretanto, mais detalhes.

Outro tema que ainda não tem consenso no colegiado é a estruturação institucional do setor.

Além do presidente Lula, de Gonçalves e Minc, participaram da reunião os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Edison Lobão (Minas e Energia), Nelson Jobim (Defesa), Roberto Mangabeira Unger (Núcleo de Assuntos Estratégicos), Sergio Rezende (Ciência e Tecnologia), Guido Mantega (Fazenda), Jorge Armando Félix (Gabinete de Segurança Institucional) e Reinhold Stephanes (Agricultura), além de representantes dos ministérios da Saúde e Planejamento, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da Eletronuclear.

Publicado pelo Estadao.com.br, segunda-feira, 18 de agosto de 2008, 21:10.

[EcoDebate, 19/08/2008]