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Petrobras afirma que óleo encontrado em Roncador não teve origem em poços da Bacia de Campos

 

A Petrobras informou ontem (11) que análise das amostras de “gotículas” de óleo encontradas domingo no Campo de Roncador, na Bacia de Campos, explorado pela empresa, comprovaram não se tratar de petróleo proveniente de qualquer reservatório produtor dessa área ou de qualquer outro petróleo produzido na Bacia de Campos.

Segundo a estatal, as gotículas coletadas têm características semelhantes às de um tipo de fluido usado na operação de perfuração de poços e que tem como constituinte básico a parafina. “Não há perfurações recentes nas proximidades dessa área do Campo de Roncador e não há registro de manchas de fluido na superfície do mar”, afirmou a companhia.

A Petrobras disse ainda que a qualidade da cimentação dos poços do Campo de Roncador, nas proximidades da ocorrência, foi verificada pelos técnicos da companhia, indicando existir integridade e isolamento efetivo entre os poços e as formações no seu entorno.

O vazamento foi encontrado na tarde deste domingo (8), durante inspeção submarina no solo marinho do Campo de Roncador, localizado a 120 quilômetros da costa do Rio de Janeiro e a cerca de 500 metros do limite com o Campo de Frade, por equipamentos da petroleira norte-americana Chevron.

À Agência Brasil, a Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, informou que não abrirá inquérito criminal para apurar os fatos – como já ocorreu no caso do vazamento da Chevron – até que se conclua a análise do vazamento pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Federal, a delegacia somente se posicionará sobre a instauração de inquérito policial se houver indícios da prática de crimes. Além disso, outra delegacia pode ficar responsável pela apuração, uma vez que o processo relacionado ao primeiro vazamento atualmente se encontra em tramitação na Justiça Federal em Campos dos Goytacazes (RJ).

Produzindo diariamente 284 mil barris de petróleo, o Campo de Roncador é o segundo maior campo produtor de petróleo do país em volume de produção, só perdendo para Marlim Sul, que tem produção diária de mais de 350 mil barris.

Foi no campo de Roncador que a Petrobras sofreu o maior desastre de sua história. Na noite do dia 15 de março de 2001, a plataforma P-36 sofreu duas explosões em uma de suas colunas. Naquele momento, havia 175 pessoas a bordo, das quais 11 morreram. A unidade, a maior da estatal e uma das maiores do mundo, à época, tendo custado US$ 350 milhões, afundou quatro dias depois do acidente.

Enquanto isto, em Brasília, a Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal, juntamente com parlamentares da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, realiza hoje (12) audiência pública para discutir o impacto e as medidas adotadas em relação ao último acidente ambiental no Campo de Frade, na Bacia de Campos.

Em cinco meses, ocorreram dois vazamentos de óleo na região produtora, sob responsabilidade da companhia americana Chevron. Segundo a assessoria de imprensa do deputado federal Fernando Jordão (PMDB-RJ), estão convidados a participar do debate o presidente da Chevron Brasil, George Buck; o secretário estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc; e a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, entre outros.

A reunião foi marcada depois de detectado um novo vazamento no local, causado por uma rachadura no fundo do mar com cerca de 1 km de extensão, localizada a 3 km de distância do poço da Chevron selado em novembro, após o vazamento de cerca de 2,4 mil barris de petróleo.

ANP confirma Petrobras e diz que óleo não vazou dos poços da Bacia de Campos

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) confirmou hoje (11) a informação da Petrobras de que as amostras de óleo recolhidas do vazamento no Campo de Roncador não são provenientes do reservatório da Bacia de Campos. As amostras foram analisadas por laboratório certificado pela ANP.

Reportagem de Nielmar de Oliveira, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 12/04/2012

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