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Diante da emergência climática, universidades da Europa estão banindo carne bovina de seus restaurantes

 

Diante da emergência climática, universidades da Europa estão banindo carne bovina de seus restaurantes

IHU

Universidade de Coimbra vai banir bife, hambúrgueres e outros produtos com carne bovina a partir de janeiro de 2020. E ela não está sozinha.

A reportagem é de Luiza Belloni, publicada por Huffpost, 20-09-2019.

 

impacto da carne no clima

 

Uma das universidades mais antigas do mundo, a Universidade de Coimbra, em Portugal, informou recentemente que vai banir carne bovina de seus restaurantes a partir de janeiro de 2020.

O anúncio foi feito pelo reitor Amílca Falcão nesta semana e não é o único. Na verdade, a universidade portuguesa segue uma tendência europeia.

No início de agosto, a Goldsmiths, da renomada Universidade de Londres, informou que deixou de vender nos campus hambúrgueres e outros produtos bovinos. Agora em setembro, carne não é mais encontrada nos cafés, mercados e restaurantes da universidade.

Também neste mês deste ano, foi a vez da Universidade de Cambridge dar um basta em bifes, hambúrgueres e outros produtos que levam carne bovina, e também carne de cordeiro. Eles serão substituídos por produtos à base de plantas.

O que está por trás de todas estas medidas? A preocupação com o clima.

“Vivemos um tempo de emergência climática e temos de colocar uma trava nesta catástrofe ambiental anunciada”, disse o reitor Falcão, de Coimbra, às centenas de alunos. Sem carne bovina, as cantinas vão servir outros alimentos que ainda estão em estudo, igualmente nutritivos.

A medida, continuou o reitor, é uma forma de diminuir a “fonte de maior produção de CO2 que existe ao nível de produção de carne animal”, que é a carne de boi.

De fato, a comunidade científica e órgãos não-governamentais, como a ONU, têm chamado atenção para a diminuição do consumo de carne para frear o aquecimento global.

Isso porque a agropecuária ― principalmente a carne bovina ― é um dos grandes responsáveis pelas emissões de gases do efeito estufa.

“Eu creio que o maior impacto é a conscientização das pessoas para o problema”, disse o reitor Amílca Falcão. E completou: “O que é mais dramático é ver os líderes mundiais não perceberem que está em jogo o futuro do planeta e dos nossos jovens, dos nossos filhos e netos e, isso, é muito preocupante para não alertarmos para o problema, mesmo que sejam pequenos gestos”.

Por ano, cerca de 20 toneladas de carne de boi são consumidas nas cantinas universitárias de Coimbra.

A universidade também tem um plano de diminuir produtos de plástico e substituí-los por utensílios de metal, de madeira e de papel.

O mesmo vai acontecer na Goldsmithsuniversidade de Londres, que tem como objetivo se tornar “carbono neutro” até 2025. Além de diminuir drasticamente o uso de plásticos, a universidade também está instalando painéis solares nos prédios do campus.

As medidas foram aprovados pelos estudantes. Ao The Guardian, a universitária Isabelle Grosse, 20, disse que as medidas são os primeiros passos para a universidade se tornar mais sustentável. “Eu vejo como um movimento positivo. Proibir a venda de carne bovina no campus, eliminar gradualmente os plásticos descartáveis ​​e as outras promessas que a universidade fez destacam a atual emergência climática que o mundo está enfrentando”, disse a estudante de psicologia.

Na Universidade de Cambridge, os chefs receberam aulas de culinárias veganas e os gerentes dos café tiveram treinamento em sustentabilidade.

As opções vegetarianas foram aumentadas e até peixes considerados ruins para o meio ambiente foram removidos. A universidade também mudou os menus, listando opções vegetarianas e veganas antes dos itens de carne.

A gerente do serviço de cantina, Paula White, disse à BBC que outra mudança também foi deixar de rotular alimentos como “vegetarianos” ou “veganos”. A proposta é motivar estudantes a escolherem as opções “mais gostosas”, independentemente se tem carne ou não.

“Você olha, cheira [os alimentos]. Se você olha para alguma coisa e pensa: ‘Uau, isso parece bom’, você não está pensando ‘existe carne nisso?’”, disse.

“Se trata de facilitar a escolha certa”, ressaltou Nick WHite, chefe do serviço da universidade britânica.

(EcoDebate, 24/09/2019) publicado pela IHU On-line, parceira editorial da revista eletrônica EcoDebate na socialização da informação.

[IHU On-line é publicada pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos Unisinos, em São Leopoldo, RS.]

 

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