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Artigo

O avanço da indústria de veículos elétricos na China, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

 

O avanço da indústria de veículos elétricos na China

 

O avanço da indústria de veículos elétricos na China

[Ecodebate] A indústria automobilística está passando pela mudança mais significativa desde a sua origem. A época do motor à combustão interna, com base nos combustíveis fósseis, está sendo substituída pela época dos carros elétricos, tendo como base a energia renovável. Este processo é fundamental para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e contribuir para a mitigação do aquecimento global.

A substituição dos carros de combustão interna para os carros elétricos pode contribuir para a efetivação das metas do Acordo de Paris. Além do mais os carros elétricos são mais eficientes que os veículos convencionais, já que a eficiência energética dos primeiros ultrapassa 80%, quando comparada com 15% a 20% de um carro à combustão interna.

A indústria automobilística global é dominada pelos EUA, pela Europa e pelo Japão e Coreia do Sul. Mas a mudança imemorial da indústria automobilística não está ocorrendo nos países líderes do carro de combustão interna como os Estados Unidos, a Alemanha, França, Itália, Japão, etc.

Porém, a China que entrou “atrasada” na competição internacional da indústria automobilística de combustão interna, sai na frente na revolução dos veículos elétricos (EV). No início dos anos 80, as montadoras estrangeiras foram autorizadas a funcionar na China, sob a condição de formarem uma joint venture com uma empresa parceira chinesa. Essas empresas chinesas, trabalhando com empresas estrangeiras, acabariam adquirindo conhecimento suficiente para funcionar de forma independente.

Agora, com apoio do governo, a China aposta em toda uma nova tecnologia e tornou os veículos elétricos um dos 10 pilares do plano “Made in China 2025”. Desde 2013, quase 500 empresas de veículos elétricos foram lançadas na China para cumprir o mandato do governo e lucrar com subsídios destinados a gerar suprimentos.

Para os consumidores, o governo prometeu uma das coisas mais difíceis de obter nas metrópoles da China: uma placa de licença. Para combater a poluição, o número de placas de carros de combustão interna emitidas anualmente é estritamente limitado. Xangai vende as placas em um leilão com preços acima de US$ 14 mil, mais do que o preço de muitos carros produzidos internamente. Todavia, placas de veículos elétricos não são apenas mais rápidas de se obter, mas são gratuitas.

A liderança chinesa fica clara na figura acima, que mostra que a China tem 5 das 10 maiores companhias globais de produção de veículos elétricos e está construindo 3 vezes mais mega-fábricas de baterias elétricas do que o resto do mundo combinado.

No mercado chinês, as vendas de EVs crescem de maneira exponencial e o país garante a dianteira na produção dos carros do futuro. Também a China controla – via suas influências internacionais – as matérias primas para a produção da nova indústria, como o cobalto e o lítio. O próximo passo, será exportar os carros e a indústria de carros elétricos para o resto do mundo.

Na verdade, a China se prepara para liderar não só a transição no padrão de produção da indústria automobilística, mas pretende, além de tudo, liderar a corrida científica e tecnológica global.

O “Império do Meio” almeja encabeçar a 4ª Revolução Industrial em todas as frentes mais promissoras e lucrativas das novas fronteiras produtivas, para se transformar no país líder da comunidade internacional.

 

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

 

Referência:

Jordyn Dahl. Why China’s electric-car industry is leaving Detroit, Japan, and Germany in the dust, December 17, 2018

ALVES, JED. A China pretende liderar a corrida tecnológica com o plano “Made in China 2025”, Ecodebate, 23/01/2019

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 18/02/2019

[cite]

 

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