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Crescimento do desmatamento coloca Mato Grosso em situação de alerta

 

Por Daniela Torezzan/ICV

 

Trator flagrado derrubando floresta na região norte de Mato Grosso durante operação do Ibama. Foto: Ibama-MT

 

O desmatamento voltou a crescer na Amazônia e em Mato Grosso. Segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, o desmatamento na Amazônia atingiu 1.660 quilômetros quadrados no período de agosto de 2014 a janeiro de 2015 (primeiro semestre do atual calendário de monitoramento). Isso representa um aumento de 213% em relação ao mesmo período do ano anterior. Mato Grosso foi responsável por cerca de 45% desse aumento.

A situação de alerta é reforçada pelos dados do Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter), divulgados no início deste mês pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O monitoramento apontou que o desmatamento na Amazônia Legal aumentou 40% entre novembro de 2014 e janeiro 2015 em relação ao mesmo período anterior. Nesse trimestre foram detectados 219 quilômetros quadrados de desmatamento, sendo que, no mesmo período entre 2013 e 2014, os alertas totalizaram 156 quilômetros quadrados. Neste cenário, Mato Grosso também lidera a devastação da floresta, com 179 quilômetros quadrados, seguido pelo Pará (56) e Rondônia (21).

De acordo com o Instituto Centro de Vida (ICV) a retomada do desmatamento em Mato Grosso nos últimos seis meses é alarmante, pois, nesse período, o estado já superou o desmatamento total do ano anterior. Também é importante notar que esses não são, tradicionalmente, os meses com maior registro de derrubada da floresta. Ou seja, se a tendência continuar, a probabilidade é de os números aumentarem ainda mais nos próximos meses.

O ICV analisou os dados do SAD para o estado de Mato Grosso nesse período de seis meses (agosto de 2014 a janeiro de 2015), considerando o tamanho das áreas desmatadas, as categorias fundiárias e os municípios onde os desmatamentos ocorreram.

Os dados revelam que parte dos proprietários rurais continua apostando na impunidade, na crença de que as regras do código florestal e as limitações para comercialização de produtos agropecuários oriundos de desmatamentos ilegais não serão mantidas ou poderão ser fraudadas. Revela também fragilidades estruturais de governança, especialmente no tocante à regularização fundiária.

Para a organização, essa situação requer uma atuação forte e imediata dos órgãos ambientais para evitar uma alta ainda mais significativa do desmatamento, colocando em cheque o cumprimento das metas de redução do desmatamento do estado. Requer também um aprofundamento das medidas estruturais de regularização ambiental e fundiária dos imóveis rurais e fortalecimento da gestão ambiental dos municípios, que são prioridades do Programa Mato-grossense de Municípios Sustentáveis.

Confira aqui o documento na íntegra.

Publicado no Portal EcoDebate, 11/03/2015


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