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Instituto Nacional do Semiárido recorre à tradição oral para estudar as propriedades medicinais das plantas na região

 

semiárido

 

O potencial de espécies de plantas da Caatinga é o foco do Núcleo de Bioprospecção e Conservação da Caatinga (NBioCaat), coordenado pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa). O trabalho da rede é realizado no Parque Nacional do Catimbau, unidade de conservação do semiárido de Pernambuco.

A rede reúne profissionais de todo o país, oriundos de diversas instituições e áreas de pesquisa: são químicos, físicos, farmacêuticos, biomédicos, biólogos e engenheiros unidos com a finalidade de selecionar espécies, isolar e caracterizar quimicamente os compostos das plantas da região.

Os moradores da região conhecem cada planta do bioma com potencial medicinal, por meio da tradição oral das culturas locais. É esse conhecimento que os pesquisadores querem catalogar para depois estudar cientificamente os usos da atividade biológica dessa vegetação.

Várias plantas endêmicas, próprias da região semiárida, como Aroeira, Coroa-de-frade, Jatobá, Jucá e Mororó, além de tantas outras, abrem novas possibilidades para os profissionais que procuram solução para alguns problemas humanos nas propriedades químicas das plantas.

Potencial

Hoje os farmacêuticos já lidam com bactérias resistentes a qualquer antibiótico existente, são as chamadas superbactérias. Mas os pesquisadores alertam que já há compostos estudados na vegetação da Caatinga capazes de substituir muitos desses medicamentos, pois eles possuem uma forte ação antimicrobiana, como avalia a professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Márcia Vanusa da silva.

A professora explica que já foram realizadas pesquisas com plantas como fonte de compostos antibiofilmes e antibacterianos. Os biofilmes são comunidades biológicas de bactérias revestidas por películas de proteção produzidas por elas próprias. Nos seres humanos podem causar problemas em mucosas, nos dentes ou em próteses de órgãos. O tártaro dentário é um exemplo de biofilme que causa transtorno às pessoas.

Biofilmes bacterianos podem atacar desde cateteres até marca-passos, lentes de contato e próteses de silicone. Durante as pesquisas, vários extratos de plantas da Caatinga mostraram-se eficazes no combate destas bactérias.

Inovação

Uma área recente de utilização das plantas da Caatinga é na elaboração de novos antibióticos capazes de substituir drogas incapazes de matar os micróbios resistentes aos tratamentos convencionais.

Como exemplo cita-se a triconomose, doença causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, trata-se de uma enfermidade sexualmente transmissível, que causa mais de 174 milhões de novos casos por ano. Esse é um exemplo de doença que requer para seu tratamento o desenvolvimento de novos medicamentos porque os antigos estão perdendo a eficácia contra os micro-organismos resistentes.

Uma possível solução para a triconomose veio da Rede de Pesquisa Nanobiotec, em um estudo supervisionado pela professora Tiana Tasca, docente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), descobriu-se que o extrato da espécie endêmica da Caatinga Polygala decumbens, popularmente conhecida como “vick”, foi capaz de controlar a infecção causada pelo protozoário.

Cosméticos

Outra aplicação prática e rentável para a flora da região é a extração de óleos essenciais e utilização na indústria de cosméticos. Plantas com Umbu, Alecrim do campo, Jatobá, Velame e Aroeira podem ser transformadas em fonte de renda para as comunidades locais se os executivos da indústria da beleza prestarem atenção nas qualidades aromáticas e terapêuticas dessas espécies.

Fonte: Portal Brasil

Publicado no Portal EcoDebate, 09/12/2014


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