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Governo cumpre meta de construir 750 mil cisternas entre 2011 e o fim de 2014

 

Novas unidades feitas entre 2011 e 2014 têm capacidade de armazenamento de 12 bilhões de litros e ajudará no enfrentamento da seca

 

cisterna de placas

 

por Portal Brasil

O programa Cisternas, que integra o Água Para Todos, cumpriu, com antecedência, a meta de construir 750 mil cisternas entre 2011 e o fim de 2014, chegando a 750.565 no último mês.

A iniciativa do governo federal é um enfrentamento direto dos efeitos da seca no Brasil. As 569 cidades do semiárido brasileiro, por exemplo, tiveram seu pedido 100% atendido.

Só no mês de outubro, foram feitas 24,7 mil entregas, com média de 798 cisternas/dia. Com a meta alcançada, as novas unidades contam com um capacidade de armazenamento de 12 bilhões de litros.

De 2003 até outubro, o governo construiu 1,08 milhão de cisternas.

O programa

Trata-se de uma tecnologia simples e de baixo custo, na qual a água da chuva é captada do telhado por meio de calhas e armazenada em um reservatório de 16 mil litros, capaz de garantir água para atender uma família de cinco pessoas em um período de estiagem de aproximadamente oito meses.

Com a observância de cuidados básicos – que são comunicados aos beneficiados em treinamentos específicos –, o líquido é próprio para saciar a sede e para uso no preparo de alimentos.

Nas localidades em que a estiagem tem sido mais severa, as cisternas estão permitindo que as famílias guardem com segurança a água provida por caminhões-pipa.

Benefícios

Com as construções, a população não precisa mais andar horas em busca d’água ou mesmo migrar devido à seca. É o caso de Maria Valdina Santos, 46 anos, moradora de Itapipoca, no Ceará.

Ela mora com o marido e dois filhos na Comunidade Mergulhão dos Norberto. A família tem cisterna para beber e para produzir, além de água encanada do poço para utilizar em casa. Atualmente, plantam mais de 25 produtos e criam animais.

“Hoje eu posso dizer que quem tem um projeto desse em casa (cisterna) não precisa ter mais nada na vida. Tem tudo. Só de ver um quintal verde como esse, de ver que estamos produzindo, dá uma paz muito grande”, afirma Maria.

Para a Secretária de Desenvolvimento Regional, Adriana Alves, o programa mudou o paradigma da convivência com a seca.

“Existe uma mudança bastante significativa de paradigma em relação à implantação de tecnologias do Água para Todos no semiárido. Se durante muito tempo falou-se em combate às secas, hoje o modelo é outro. Hoje, busca-se por meio do Água para Todos criar uma cultura de convivência com a semiaridez”, afirma a secretária.

Segundo Adriana, o próximo passo é levar o programa, por meio de cisternas ou outras tecnologias, para todo o Brasil.

A demanda por água se concentra principalmente no semiárido, mas hoje todas as regiões precisam cada vez mais de abastecimento de qualidade.

“A região Norte, por exemplo, onde há abundância de água, mas há o problema de qualidade da água, onde o programa também se faz essencial. O Rio Grande do Sul ou outros estados da região Sul, também vem passando por fenômenos de estiagem, o que exige também tecnologias principalmente nas comunidades rurais”, diz Adriana.

Ela ainda fala que “o fenômeno de problema relacionados é presente no Sudeste hoje. Um importante passo para o programa é a sua nacionalização. Um programa com esse êxito, ele tem que trabalhar com tecnologia adaptada a diferentes realidades regionais.”

* * Saiba mais sobre o Programa Cisternas na página do MDS

 

Publicado no Portal EcoDebate, 11/11/2014


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3 thoughts on “Governo cumpre meta de construir 750 mil cisternas entre 2011 e o fim de 2014

  • Ligia Kloster Apel

    Não seria esta a melhor e mais sã solução para a seca do nordeste ou para qualquer outra crise hídrica, ao invés de transpor o curso de um dos principais rios do nosso país, o São Francisco? é difícil entender as opções políticas que se faz com um recurso incondicionalmente básico para os seres vivos. O dinheiro investido na transposição poderia ter potencializado o projeto das cisternas não só em metas alcançadas. Mas, em “mudança bastante significativa de paradigma em relação à implantação de tecnologias do Água para Todos no semiárido”, como afirma a própria Secretária de Desenvolvimento Regional, Adriana Alves. Mudanças estas que não são necessárias apenas para a população castigada pela exclusão social, mas, principalmente, por aqueles que detém o poder político e/ou econômico e que fazem da sua “digna” vida um trator de esteiras para a dignidade humana. País rico é país sem milionários.

  • Lígia, você está certa. Investir em cisternas para as famílias e em revitalização (ao invés de transposição) dos rios que já existem, reflorestando as APPs e diminuindo os problemas de assoreamento, poluição e seca de nascentes seria o ideal para melhorar o abastecimento de água de todos, do sertão nordestino à cidade de São Paulo.

    MAS, e esse é o grande mas, esse tipo de obra pulverizada tem grandes problemas:
    1. Exige que o dinheiro utilizado seja efetivamente gasto com a obra, pois como cada cisterna é facilmente conferida pela família que deveria recebe-la, a falta de qualquer investimento é facilmente notada.

    2. Torna difícil a superestimação dos componentes da obra, visto que é possível a pessoas comuns calculem quanto foi gasto ao fazer cada cisterna. (para plantio de mudas e reflorestamento de APPs o cálculo é bem parecido).

    3. É de muito mais difícil divulgação como grande marca. “Transposição do São Francisco” soa muito melhor que “distribuição de cisternas”.

    Aí você vai argumentar… mas peraí, nenhum desses problemas é um problema. Ao contrário, são vantagens. Mas é que nós somos povo, e não políticos corruptos. Para se desviar dinheiro, grandes obras são muito mais úteis.

    E ainda tem gente que vai se opor a usar o dinheiro para construir cisternas porque… deixa pensar na desculpa esfarrapada… ah já sei: vão dizer que é assistencialismo, e que esse investimento não deveria ser feito em algo que vai se tornar privado nas mãos de uma família, ele deve ser feito em uma grande obra pública, unificada, que vai continuar sendo de todos e…

    O ponto final é: fazer isso seria muito mais útil para a população, para o crescimento econômico, para a natureza, para todos com a exceção de corruptos (porque políticos honestos querem que a população vote neles porque as políticas deles são as melhores para todos, e empreiteiras honestas ficam tão felizes de ganhar dinheiro com uma centena de pequenas obras do que com uma única grande obra com cem vezes o tamanho).

    Mas quem é que manda no mundo de hoje?

  • O programa de cisternas é excelente. Em uma região em que a chuva é concentrada durante três meses do ano, permite que se use água de chuva durante todo o ano.
    No entanto, o programa, por si só, não é suficiente para alavancar a economia da reunião. Cada cisterna tem capacidade máxima de 16 mil litros, o que corresponde a 3.200 litros por pessoa. Acho um pouco exagerado dizer que essa quantidade garantiria o abastecimento por 8 meses, pois isso implicaria um gasto mensal de apenas 400 litros por mês.
    Portanto, a cisterna é tão somente para o consumo familiar. Não dá para plantio, para dessedentação de animais e para outras atividades econômicas.
    Algumas vezes, é necessário buscar água de outras bacias. Que seria de São Paulo sem a transposição da bacia do rio Piracicaba que abastece o Sistema Cantareira?

Fechado para comentários.