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COP18 estende Protocolo de Quioto até 2020, mas não teve avanços concretos em cortes de emissões de gases

 

aquecimento global - aumento da temperatura

 

Conferência do clima termina com mudança ‘histórica’, mas sem compromissos por cortes – A conferência da ONU sobre o clima em Doha, no Catar, chegou ao seu final neste sábado com uma mudança histórica em princípio, mas poucos avanços genuínos em cortes de emissões de gases do efeito estufa.

Além de conseguir um acordo para estender o Protocolo de Kyoto até 2020, a conferência estabeleceu pela primeira vez que as nações ricas devem começar a compensar as nações pobres por perdas em consequência das mudanças climáticas.

Isso foi comemorado como uma grande novidade pelas nações em desenvolvimento.

Mas elas condenaram a distância entre a ciência das mudanças climáticas e as tentativas políticas de combatê-las.

O acordo, apoiado por quase 200 países, mantém o protocolo vivo como o único plano legal obrigatório para o combate ao aquecimento global.

Porém ele determina metas obrigatórias apenas para as nações em desenvolvimento, cuja parcela de responsabilidade pela emissão de gases do efeito estufa é de menos de 15%.

O texto final “sugere” que as nações ricas mobilizem pelo menos US$ 10 bilhões ao ano entre 2015 e 2020, quando o novo acordo global para o clima deve entrar em vigor, para compensações pelos efeitos das mudanças climáticas.
Protesto russo

A conferência estava prevista inicialmente para terminar na sexta-feira, mas foi prorrogada por falta de consenso.

As negociações de última hora tiveram sua dose de drama, com uma ameaça de colapso com a insistência da Rússia, da Ucrânia e de Belarus de que deveriam receber um crédito extra pelos cortes de emissões ocorridos quando suas indústrias fecharam.

Após um longo atraso, o presidente da conferência perdeu a paciência, reiniciou as reuniões e passou a agenda tão rapidamente que não houve chance de a Rússia fazer objeções. A ação foi recebida com um longo aplauso.
Doha

Reunião da ONU sobre mudanças climáticas foi atrasada por impasse sobre compensações

A Rússia reclamou de uma suposta ilegalidade de procedimentos, mas o presidente afirmou que não faria mais do que refletir a visão russa em seu relatório final.

Os grandes emissores como os Estados Unidos, a União Europeia e a China aceitaram o acordo com graus variados de reservas. Mas o representante das pequenas ilhas gravemente ameaçadas pelas mudanças climáticas foi feroz em suas críticas.

“Vemos o pacote diante de nós profundamente deficiente na mitigação (cortes de emissões) e no financiamento. É provável que vá nos manter na trajetória de aumento de 3, 4 ou 5 graus nas temperaturas globais, apesar de termos concordado em manter um aumento de temperatura de no máximo 1,5 grau para garantir a sobrevivência de todas as ilhas”, afirmou.

Os Estados-ilha aceitaram o acordo porque para eles é melhor do que nada.

Perdas e Danos

Outros diplomatas apontarão à imensa complexidade do processo liderado pela ONU, que vem tentando avançar do antigo Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, para uma nova fase na qual tanto nações desenvolvidas quanto em desenvolvimento assumem obrigações no combate às mudanças climáticas.

O novo mecanismo proposto de Perdas e Danos, para compensar as nações em desenvolvimento, é considerado um exemplo de sucesso no processo diplomático.

Até agora as nações ricas aceitavam ajudar financeiramente países em desenvolvimento a adotar projetos de energia limpa para combater as mudanças climáticas, mas não aceitavam responsabilidade pelos danos causados em outros lugares pelas mudanças climáticas.

Em Doha esse princípio mais amplo foi aprovado.

A maior tarefa dessas duas semanas de conferência foi o desenrolar do emaranhado de acordos do clima que foi crescendo aos pedaços nos últimos 15 anos.

A sensação geral é de que um bom trabalho de limpeza foi feito para ajudar a ONU a partir para a próxima fase, com o objetivo de conseguir um acordo com responsabilidades globais.

As discussões preliminares sobre isso já aconteceram, e deixaram evidente que um acordo global que seja justo para todos os lados será monumentalmente difícil.

Matéria de Roger Harrabin, BBC News /BBC Brasil, publicada pelo EcoDebate, 10/12/2012

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