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Agroecologia: Alimentar o mundo sem pesticidas é possível, afirma cineasta francesa

 

Les Moissons du futur

 

Alimentar o planeta Terra sem pesticidas é possível, afirma a jornalista francesa Marie-Monique Robin, que após revelar em um filme o envolvimento do exército francês na Operação Condor e denunciar a multinacional Monsanto, defende em seu novo trabalho a agroecologia. Matéria de Anthony Lucas, da AFP, no Yahoo Notícias.

Com o documentário “Les Moissons du futur” (“As colheitas do futuro”), Morin encerra a trilogia sobre a contaminação alimentar que começou em 2008 com “O mundo segundo Monsanto”, sobre a gigante agroquímica americana Monsanto, e “Nosso veneno cotidiano” (2010).

“Após estes filmes, participei de dezenas de conferências nas quais me perguntavam: ‘mas é possível alimentar o mundo sem pesticidas?'”, conta Robin, autora de vários filmes sobre os direitos humanos na América Latina, entre eles “Esquadrões da morte, a escola francesa” (2003), no qual revelou um acordo de cooperação militar secreto entre Paris e Buenos Aires.

Em seu novo documentário, Robin explica que para tentar responder à pergunta sobre se pode resolver a crise alimentar global mediante a agroecologia, percorreu o planeta, do Japão ao México, passando por Quênia e Estados Unidos, reunindo-se com camponeses, agricultores, agrônomos e especialistas.

Seu veredicto é taxativo: não apenas é possível produzir alimentos em quantidade suficiente para que o mundo não passe fome, e também sem prejudicar o planeta, mas “se agora não se pode alimentar o mundo, a culpa é dos pesticidas…”, assegura Morin.

Diferentemente de seus dois filmes precedentes, “As colheitas do futuro” não é tanto uma investigação, mas uma reunião de testemunhos que foram recolhidos em uma versão filmada, que será lançada em DVD em meados de outubro, e um livro publicado pela editora La Découverte.

O trabalho de Morin também é a ilustração das conclusões de um relatório publicado em março de 2011 por Olivier De Schutter, relator especial das Nações Unidas pelo direito à alimentação.

Neste relatório, o especialista afirma que a agroecologia, método baseado na renovação dos solos eliminando os fertilizantes químicos, pode permitir melhoras nos rendimentos nas regiões mais pobres, além de estar melhor adaptado às mudanças climáticas.

A alternativa aos pesticidas é a agroecologia

“Os projetos agroecológicos demonstraram um aumento médio dos rendimentos de 80% em 57 países em desenvolvimento, com um aumento médio de 116% para todos os projetos africanos”, afirmava seu autor.

Marie-Monique Robin partiu para entrevistar agricultores e camponeses ecológicos do mundo inteiro, para examinar se a agricultura ecológica baseada em um manejo adequado do solo, um uso eficiente da água, a diversidade vegetal, é o caminho para sair da crise global e conseguir alimentar o planeta Terra.

Ela se interessou, por exemplo, pelo método agroflorestal, que consiste em plantar em meio aos cultivos árvores capazes de captar a água mais profundamente no solo, manter a qualidade do solo e lutar contra a erosão.

“Os estudos demonstram que os sistemas agrícolas mais produtivos são os que apresentam uma densidade importante de árvores”, comprovou a jornalista, que ressalta que o modelo agroindustrial não conseguiu alimentar o planeta.

Para apoiar sua tese de que a alternativa aos pesticidas é a agroecologia, Morin reuniu em seu filme dezenas de exemplos de como camponeses do mundo substituíram os inseticidas com técnicas aparentemente simples, que matam as ervas e os insetos daninhos sem prejudicar o solo nem provocar doenças.

EcoDebate, 11/10/2012

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Alexa

One thought on “Agroecologia: Alimentar o mundo sem pesticidas é possível, afirma cineasta francesa

  • Mais uma informação deprimente para a “inteligentzia” da tecnologia OGM e dos agrotóxicos.
    Ao desmatarem totalmente a área reduzem a retenção e oferta da preciosa água às plantas que vêem a ocupar o vazio de árvores/ex-floresta.
    Se, mesmo usando a cultura mecânica, deixassem fileiras semi-contínuas de árvores, nativas ou mistas (selecionadas, até mesmo frutíferas), o rendimento aumenta, segundo se vê das informações.
    Precisamos disseminar o filme e a mídia que estará sendo disponibilizada neste mês.
    Não se espera nenhuma informação em nossa mídia comercial.
    Nem e também, pronunciamentos de autoridades e gestores públicos (Ministro da Agricultura, da Saúde, da Economia, do Meio Ambiente, da Casa Civil, da Presidente, etc. e tal)
    Tem alguém da nossa TV que diz: “É UMA VERGONHA”.
    Alô BORIS! Vai noticiar?
    O Brasil e o mundo espera muito mais das mídias.
    … e que as autoridades façam por merecer o cargo e o título.
    Queremos um Brasil para hoje, não aquele que permanece sempre sendo o país do futuro… de quem?

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