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Artigo

Desmistificando o metano, artigo de Antonio Germano Gomes Pinto

 

[EcoDebate] Foi criada pela mídia, nos últimos tempos, uma discussão, um verdadeiro terror ambiental em torno do metano!

Complexos comerciais e industriais têm sito interditados devido à presença indesejada do metano em concentrações perigosas naqueles locais.

Vamos identificar o metano apresentando os vários nomes atribuídos a esse gás.

Esse gás pode ser designado como: gás metano, gás natural, gás dos pântanos, grisu e como se não bastasse, os burocratas nacionais deram-lhe o nome de gás veicular natural.

O gás metano está em toda parte e em todo lugar desde os intestinos dos mamíferos até o interior de uma mina, onde houver matéria orgânica se decompondo na ausência de oxigênio (decomposição anaeróbia) haverá a presença de maior ou menor concentração deste gás.

O gás metano é muito mais leve do que a mistura de gases que compõem a atmosfera por isso, tão logo é gerado, sobe para as camadas mais altas da atmosfera, sendo um dos inimigos da camada de ozônio, escudo protetor que nos protege dos raios ultravioleta. Só para se ter uma idéia, o metano é vinte e uma vezes, mais prejudicial ao Meio Ambiente que o gás carbônico, por isso é recomendável que ele seja incinerado antes de ser liberado para atmosfera.

O metano é inflamável, tem ação asfixiante e capaz de provocar explosões quando concentrado em locais fechados, mas não é tóxico.

O metano é inodoro e queima sem produzir chama visível

Se o metano não fosse mais leve que os gases atmosféricos, ficasse nas camadas mais baixas da atmosfera, quando houvesse saturação de metano, tudo a sua volta explodiria, transformando-se numa bola de fogo momentânea, mas repetitiva a cada saturação, inibindo a vida sobre o Planeta.

O metano representa a menor e mais simples das fórmulas estruturais da matéria orgânica e, é possivelmente, a “semente”, a origem de todas as estruturas da química orgânica e da vida.

Devido à geração do metano nos aterros sanitários não é recomendável nenhuma construção nestes locais porque o lixo ali soterrado é capaz de gerar metano por um período de até quinhentos anos.

As camadas de lixo são inconstantes, cedem permanentemente, são como matéria viva liberando, entre outros gases, o metano.

Todo aterro ou ex-aterro tem que possuir drenos para expelir este gás e o ideal seria que, nas extremidades desses drenos, fossem mantidos pontos de queima de metano antes de liberá-lo para atmosfera.

O metano, por ser mais leve que o ar, ao entrar no interior de uma construção, irá formar verdadeiras “piscinas invertidas” no interior das construções. Por exemplo:

Imaginemos uma sala, cujas portas e janelas fiquem a oitenta centímetros do teto. O espaço superior às janelas e às portas e o teto irá formar uma “piscina” invertida, uma caixa ou depósito de metano que, se atingir uma razoável concentração, poderá explodir, por exemplo, ao se ligar um interruptor.

Como dissemos, as construções sobre os aterros sanitários deveriam ser proibidas, mas a realidade é bem outra! Se existem tais construções, há cuidados que precisam ser tomados para evitar acidentes, e esses cuidados são bastante simples.

Vamos voltar à sala hipotética exposta acima.

a) Será preciso se fazer um ou mais furos vazando a parede rente ao teto dando para um corredor ou espaço aberto. Estes furos devem ter no mínimo uma polegada para cada cinco metros quadrados de teto do local;

b) Por motivos estéticos, este furo ou furos podem ser camuflados com disfarces ou enfeites, mas sempre tendo-se o cuidado de deixar o orifício bem aberto e desimpedido para uma perfeita saída do gás não permitindo seu acumulo ou saturação no local;

c) Não é necessária a exaustão forçada;

d) Mantenha, na parte inferior da porta um espaço de no mínimo dois centímetros entre a porta e o piso;

e) Mantenha o hábito de, ao chegar, abrir as janelas antes de acender as luzes ou ligar aparelhos elétricos;

Tomando-se estes cuidados, os riscos potenciais provocados pela presença do metano desaparecerão.

Antonio Germano Gomes Pinto – Engenheiro Químico, Químico Industrial, Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas, Licenciado em Química, Especialista em Recursos Naturais com ênfase em Geologia, Geoquímico, Especialista em Gestão e Tecnologia Ambiental, Perito Ambiental, Auditor Ambiental e autor de duas patentes registradas no INPI, no Merco Sul, na UE, na World Intellectual Property Organization números WO2000/027503 and WO 1996/015081 e em grande número de países.

EcoDebate, 06/10/2011

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2 thoughts on “Desmistificando o metano, artigo de Antonio Germano Gomes Pinto

  • José Carlos M. B.

    Eu não sabia que o gas metano era tão perigosa!

  • Mauricio M. Cunha

    Muito bom o artigo, já esta copiado para os meus alfarrábios

Fechado para comentários.