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Usinas eólicas evitam rotas de aves migratórias no País

 

O Brasil ocupa apenas a 21ª posição no ranking mundial de energia eólica, mas já toma cuidados para evitar um dos mais sensíveis impactos ambientais produzidos pelas hélices gigantes dos aerogeradores: a morte de pássaros. Reportagem de José Maria Tomazela, na Agência Estado.

A instalação desses equipamentos no País exige estudo de avifauna e, mesmo com o vento favorável, as hélices não são colocadas em rotas migratórias de aves. Os Estados Unidos, o segundo no ranking atrás apenas da China, não tomaram o mesmo cuidado e agora veem as pás como ameaça a um de seus principais símbolos, a imponente águia dourada americana.

De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Energia Renovável (ABEER), engenheiro José Tadeu Matheus, como a entrada do Brasil no mercado mundial eólico é relativamente recente, o País incorporou as tecnologias mais modernas para evitar impactos ambientais.

“As pás das nossas centrais têm grandes dimensões, mas o giro é lento e elas são percebidas pelos animais voadores. Os pássaros batem naquilo que não conseguem ver.” Além disso, as empresas brasileiras adotam torres de sustentação compactas de aço ou concreto, sem pontos de apoio para a construção de ninhos.

O parque eólico brasileiro é composto por 56 centrais com potência total de 1,08 gigawatts – menos de 10% da geração de usina de Itaipu. São cerca de 500 torres, sendo que as maiores têm 108 metros de altura e o giro das pás cobre um diâmetro de 82 metros.

As usinas se concentram no litoral do Nordeste e, em quantidade menor, nos três Estados da região Sul – Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. “Para instalar a central eólica, é preciso obter as licenças dos órgãos ambientais do Estado ou da União, conforme o local. Uma das exigências é o estudo da avifauna com o monitoramento das correntes migratórias”, disse.

De acordo com Matheus, pesquisas internacionais indicam que a colisão com as pás eólicas estão entre as menores causas de mortandade de pássaros.

“Visitei a maioria das centrais brasileiras e não constatei um caso sequer de acidente com aves.” Ele disse que o tema já suscitou discussões no governo brasileiro. Na preparação de um dos leilões de energia eólica, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, lembrou a necessidade de cuidados para evitar a morte de pássaros.

“Na ocasião, eu apresentei ao ministro um estudo publicado pelo professor João Tavares Pinho, da Universidade Federal do Pará, mostrando que esse impacto é baixíssimo.”

EcoDebate, 21/09/2011

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2 thoughts on “Usinas eólicas evitam rotas de aves migratórias no País

  • Prezados

    Gostaria de ver os “estudos” que provam que não tem impacto. No Brasil há raríssimos estudos e alguns deles tem sim apontado o impacto das usinas eólicas.
    Outra coisa importante, onde estão em detalhes as rotas de aves migratórias no Brasil?
    Resp. não sabemos, não temos esses dados, diferentemente dos EUA e Europa, que tem monitoramento por radar dos grupos de aves migratórias e sabe exatamente por onde as aves voam a cada ano. (vejam http://www.birdnature.com/flyways.html e http://www.fws.gov/migratorybirds/Flyways.html).
    No Brasil mal sabemos dos locais de concentração do grupos de aves migratórias costeiras (Dados de Morrison e Ross 1989), quem dirá dos grupos de passeriformes e falconiformes migratórios interiores ou dos Charadriformes no Pantanal e Amazonia.
    Ou seja, qualquer trabalho sério de monitoramento das Usinas Eólicas deve ser feito e os dados avaliados com rigor científico e imparcialidade, pois podem sim revelar impactos ou para sorte das nossas aves migratórias ausência de impactos.

  • Iporã Da Silva Haeser

    Ainda assim é sabido que no Brasil o impacto das usinas eólicas é maior em morcegos do que em aves. Não conheço dados publicados, apenas a informações orais de amigos que fazem consultoria ambiental com estas usinas.

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