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Ibama fecha madeireiras na região do Pará onde lideranças extrativistas foram executadas

Uma semana depois do assassinato dos líderes extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva em Nova Ipixuna, no sudeste do Pará, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou e fechou duas madeireiras da região.

Após a execução das lideranças, que denunciavam a exploração ilegal de madeira na região, o Ibama decidiu reforçar a fiscalização em Nova Ipixuna. Pelo menos 20 agentes foram deslocados de outras frentes de operações na Amazônia para a região.

Na primeira madeireira vistoriada, o Ibama encontrou irregularidades no sistema de comercialização. Apesar de estar com o pátio vazio, a A M.P. Torres Ltda tinha 348 metros cúbicos (m³) de madeira registrados no Sisflora, sistema eletrônico que controla a comercialização de produtos florestais no Pará. Com o crédito, a madeireira poderia desmatar ilegalmente e vender a madeira como produto legalizado. A empresa foi multada em R$ 108 mil.

Na Madeireira Bel Monte Ltda, os fiscais encontraram uma diferença ainda maior entre a madeira no pátio e a registrada no Sisflora. Segundo o Ibama, a empresa possuía 48 m³ de madeira no estoque, mas registrava mais de mil m³ em créditos ativos no sistema. A madeireira foi multada em R$ 430 mil. Entre 1997 e 2010, a mesma empresa já foi atuada dez vezes pelo Ibama.

Além das madeireiras, os agentes fiscalizam atividades ilegais dentro do assentamento agroextrativista Praialta-Piranheira, onde viviam os agricultores assassinados. Desde sábado (28), o Ibama destruiu fornos ilegais de carvão e multou assentados que se associaram a madeireira para exploração irregular da floresta.

José Cláudio e Maria do Espírito Santo foram executados a tiros na última terça-feira (24), em uma emboscada em uma estrada vicinal que leva ao assentamento. A Polícia Civil do Pará está investigando os crimes, mas ainda não apontou suspeitos.

Reportagem de Luana Lourenço, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 01/06/2011

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