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Meio Biológico, artigo de Roberto Naime

[EcoDebate] O meio biológico consiste no conjunto de plantas e de animais e nas suas inter-relações envolvendo troca de matéria e energia. São os ecossistemas naturais, a flora e a fauna. No meio biológico várias espécies de ambos os grupos podem ser indicadores de qualidade ambiental. Outras espécies tem valor científico e econômico, ou são raras ou ameaçadas de extinção e necessitam de proteção em áreas de preservação permanente.

A compreensão do meio biológico e da complexidade de suas relações entre si e com o meio físico e antrópico é fundamental para contextualização e planejamento da gestão ambiental.

A gestão ambiental deve ser entendida como o conjunto de medidas que objetiva reduzir e controlar os impactos causados por atividades e intervenções humanas sobre o meio ambiente, através de medidas e procedimentos que precisam ser definidos e aplicados de forma adequada, para que o gerenciamento ambiental seja eficiente e para que o processo de administração ambiental possa assegurar melhoria de qualidade de vida para as populações.

Os principais ecossistemas existentes no Brasil são apresentados a seguir, com breves comentários:

Amazônia Legal: consiste em mais de 5 milhões de km2 de florestas tropicais de grande porte, com grande contribuição fluvial e elevada suscetibilidade. Muito degradada por garimpos, mineração, projetos agropecuários, hidrelétricas, caça e pesca. Os principais impactos ambientais são a aceleração da erosão, assoreamento e poluição de cursos de água, desmatamento, inundação de florestas e áreas indígenas;

Cerrados: ecossistema tipicamente brasileiro, com vegetação xerofítica (de áreas desérticas ou semi-desérticas) associada a vegetação arbustiva. Tem clima próprio, com longa estação seca de inverno e chuvosa de verão. Ocorre em 2,1 milhões de km2. Sofre impactos impactos ambientais de desmatamento, poluição hídrica, uso indiscriminado de agrotóxicos, erosão e assoreamento;

Pantanal: constitui ecossistema peculiar no mundo, tem 150.000 km2, sofrendo impactos ambientais quanto a biodiversidade, erosão, assoreamento, poluição por falta de saneamento básico, degradação das paisagens e choque cultura de atividades turísticas desordenadas;

Caatinga: ocorre no interior do nordeste, com 1,1 milhão de km2, sofre impactos devido a distribuição fundiária, projetos de irrigação mal planejados, exploração desordenada de recursos hídricos, desmatamento, êxodo rural, desertificação, contaminação de água, assoreamento e salinizações devido a impropriedades de projetos de irrigação;

Mata Atlântica: corresponde a 1,3 milhão de km2, sofrendo impactos de grandes concentrações urbanas, pólos industriais, obras de infra-estrutura, atividades portuárias e extensa lista de intervenções humanas. Sofre com a poluição generalizada de recursos hídricos, poluição atmosférica, assentamento de populações de baixa renda em áreas de risco, erosão, assoreamento de rios e disposição de resíduos sólidos urbanos;

Campos e matas de araucárias: Cerca de 210.000 km2, no centro sul do país, sofre com manejo florestal impróprio, exploração desenfreada de matas, pecuária extensiva, monoculturas com uso maciço de agrotóxicos, confinamentos de frangos e suínos em condições ambientais precárias, uso de queimadas, erosão e assoreamento dos solos, desmatamento, poluição de recursos hídricos e até desertificações.

Sistemas costeiros e insulares: correspondem as áreas costeiras do país, que tem um litoral de 7.367 km. É impactado por explorações minerais, expansão urbana desordenada, atividades portuárias, atividades de pesca predatórias, degradação de ecossistemas de elevada suscetibilidade como manguezais e restingas.

Elevada suscetibilidade quer dizer equilíbrio muito frágil nos ecossistemas e facilidade de ocorrerem impactos. É como uma pessoa com baixa imunidade e facilidade de contrair doenças.

O retrato apresentado é singelo e não deseja ser ou criar alarmismo, mas deixa claro que temos muito o que fazer e rapidamente, para garantir condições ambientais que permitam qualidade de vida para nossas populações.

Roberto Naime, colunista do Portal EcoDebate, é Professor no Programa de pós-graduação em Qualidade Ambiental, Universidade FEEVALE, Novo Hamburgo – RS.

EcoDebate, 04/04/2011

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