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Artigo

Como incluir a sustentabilidade na especificação de materiais na arquitetura, artigo de Paola Figueiredo

[EcoDebate] Parte do tempo de um arquiteto ou projetista resume-se à especificação de materiais para seus projetos. A atividade de seleção de materiais tem importância crítica para a vida útil da futura edificação, a viabilidade da construção, sua sustentabilidade e, ainda, traz preocupações muito pertinentes com relação à responsabilidade civil do profissional de especificação.

Acompanhar o lançamento de produtos, as novas exigências e também orientar os clientes na busca por melhores soluções requer dedicação e também, cada vez mais, conhecimento. Quando falamos em sustentabilidade, uma série de inovações disponíveis surge na mesma medida que o profissional é bombardeado por informações inconsistentes e muitas vezes errôneas. Além disso, o profissional também deve se precaver a respeito da garantia, vida útil, uso, conservação e manutenção preventiva, itens que poderão gerar, no futuro, questionamentos e contestações jurídicas para o profissional de especificação.

Outro ponto são as exigências de informações mais detalhadas para as certificações de sustentabilidade, como os selos LEED, AQUA, Selo Casa Azul e também o Procel Edifica.

Assim, o profissional deve estar atualizado e buscar facilitadores que possam ajudá-lo a identificar mais rapidamente produtos com qualidade e sustentabilidade.

Primeiramente, é importante que o especificador saiba diferenciar o que são produtos sustentáveis, verdes e ecológicos. Enquanto os ecológicos prezam pela manter o meio ambiente o mais intacto possível e até reconstituído; os verdes, por menores impactos ambientais e também pela saúde, os sustentáveis vão além, preocupando-se também com a qualidade comprovada, desenvolvimento, fabricação e comercialização socioambientalmente responsável.

Outra orientação importante é saber identificar os sinais da maquiagem verde, isto é, distorções dos conceitos para se fazer parecer sustentável sem ser, como:

a. Auto-selos, criados pelos próprios fabricantes, sem consistência;

b. Termos genéricos também são muito usados como 100% natural, 100% ecológico, eco, amigo da natureza (eco-friendly) e variações do tipo.

c. Informações sem comprovação imediata ou termos científicos.

d. Excesso de imagens da natureza: reparem se há muito verde ou imagens de animais.

e. Falar que o produto é “neutralizado” em carbono. Desconfie da simples neutralização que não torna o produto sustentável. A neutralização é válida após a revisão e efetiva redução dos impactos ambientais da cadeia produtiva. É o final e não o começo.

f. Embalagem reciclada ou reciclável. Embalagens recicladas não tornam os produtos mais sustentáveis, a menos que eles tenham os atributos essenciais da sustentabilidade.

g. Produtos concentrados. Só porque foi retirada a água do produto não o torna “verde”. É importante que ele não faça mal à saúde.

h. Produtos ditos “sem cheiro” quando o importante é comprovar a baixa toxidade, por critério reconhecido.

Para finalizar, já existem no mercado produtos com rótulos de sustentabilidade, como o Selo SustentaX que garante para o mercado produtos sustentáveis, com qualidade, salubridade, responsabilidades social, ambiental, na comunicação com o consumidor. Além de tudo isso, o recém criado Índice SustentaX de Sustentabilidade e Inovação, pontua a evolução de produtos licenciados com o Selo SustentaX, em termos de sustentabilidade e inovação.

O folheto de cada produto licenciado com o Selo SustentaX disponibiliza informações importantes para o profisional de especificação e de compras como novas regras do LEED, em suas diversas categorias que foram alteradas e acrescidas; as regras do critério AQUA; as regras para o Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal; as NBRs 15575 e 14037 e até as novas medidas de estímulo à compras governamentais sustentáveis, para os casos de obras públicas.

Para saber mais, consulte: www.SeloSustentaX.com.br. No site, estão disponíveis a relação de produtos e todas as informações para sua correta especificação e futuras aplicações.

*Paola Figueiredo é Geógrafa, fez MBA em direito empresarial, pós-graduação em Engenharia de Produção, especialização em arquitetura bioclimática e vários cursos de eficiência energética. É Vice-Presidente Executiva do Grupo SustentaX que desenvolve, de forma integrada, o conceito de sustentabilidade, ajudando as corporações a terem seus negócios mais competitivos e sustentáveis, identificando para os consumidores produtos e serviços sustentáveis e desenvolvendo projetos de sustentabilidade para empreendimentos.

Colaboração de Janaína S. e Silva para o EcoDebate, 17/03/2011


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