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Notícia

Técnica reaproveita 99% dos resíduos sólidos gerados em demolição

Responsável pelas obras de demolição da famosa boate Help, em Copacabana, no Rio de Janeiro empresa mostra em Workshop na Firjan técnica que aproveitou 99% dos resíduos

A recente demolição da boate Help, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, realizada pela Caenge Ambiental, empresa especializada em serviços de engenharia, mostrou que os conceitos de sustentabilidade podem e já estão sendo usados também em obras de demolição. Materiais como papel, plástico, lantejoulas das paredes, isopor, portas e portais foram doados a cooperativas de catadores da cidade, enquanto madeiras, metais e ferros do antigo prédio foram encaminhados à indústria de reciclagem. Alguns materiais que não tinham valor no mercado de reciclagem e que também não eram de interesse das cooperativas foram encaminhados de volta para indústrias que o produziram, como aconteceu com o gesso e a lã de vidro. Ao final da obra, foi alcançado o índice de 99% de aproveitamento dos resíduos gerados.

A experiência da Caenge Ambiental vai ser apresentada no workshop sobre gestão integrada de resíduos sólidos, da construção e demolição (RCD), na sede da Firjan, no próximo dia 20 deste mês. O evento vai reunir atores importantes como a Caixa Econômica Federal (CEF), prefeitura do Rio, órgãos estaduais do governo e empresas de construção, fabricantes de equipamentos e limpeza urbana, para discutir modelos e soluções para o problema, que é uma exigência da FIFA para a Copa do Mundo na reforma e construção de estádios.

A Caenge Ambiental prioriza a adoção de soluções e tecnologias sustentáveis em todas as suas áreas de atuação: implantação e operação de aterros sanitários; construções sustentáveis (membro do Green Building Council Brasil), além da implosão, demolição e reciclagem de entulho. No workshop de gestão de resíduos, a empresa vai apresentar importantes negócios realizados, demonstrando o papel estratégico da iniciativa privada na disseminação do conceito de sustentabilidade.

Lixo, o vilão das cidades

Considerado um dos maiores responsáveis pelas enchentes, inundações nos grandes centros urbanos, como as que ocorreram na madrugada do último dia 06/04, no Rio de Janeiro, e vem ocorrendo com frequência em São Paulo, os resíduos da construção e demolição – o popular entulho de obras – os RCD constituem considerável massa dos resíduos sólidos urbanos: cerca de 51% a 70%, segundo o Ministério das Cidades. Quando mal gerenciado, esse grande volume de resíduos degrada a qualidade de vida urbana, sobrecarrega os serviços municipais de limpeza urbana e reforça no país a desigualdade social, através da drenagem de escassos recursos públicos para pagar a conta da coleta, transporte e disposição de resíduos depositados irregularmente em áreas públicas. Conta esta que, na realidade, é de responsabilidade dos geradores.

Os custos do material resultante da construção e demolição são de 20 a 30% mais em conta em relação à extração do agregado natural, que envolve a implosão de pedreiras. Outro ponto importante a ressaltar é a nova linha de crédito criada pelo BNDES para o fomento à contrapartida de materiais reciclados, já visando a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

O volume de entulho gerado nas atividades de construção e demolição na maioria das grandes cidades é duas vezes maior que o volume de lixo sólido urbano. Somente na cidade de São Paulo, este volume chega a 2.500 caminhões por dia, de um total de 15 mil toneladas de lixo geradas diariamente (lixo residencial, de saúde, restos de feiras, podas de árvores, entulho etc.), na capital paulista. São diversos materiais que podem ser reciclados e reaproveitados durante o processo construtivo como plástico, papel e ferro, mas acabam dispostos de forma inadequada em ruas e calçadas, obstruindo córregos e sistemas de drenagens, colaborando com enchentes, favorecendo a proliferação de mosquitos e outros vetores.

Participam do workshop sobre Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos, da Construção e Demolição, na Firjan, o superintendente nacional de Infraestrutura e Saneamento da Caixa, Rogério Tavares; o Gerente de Planejamento da Prefeitura do Rio de Janeiro, Nélson Machado; o Superintendente de Qualidade Ambiental da Secretaria do Ambiente do Estado do Rio, Walter Plácido; a Coordenadora Geral do PBQP-H da ABNT, Maria Salette de Carvalho Weber; o Diretor de Planejamento e Gestão da Superintendência de Limpeza Urbana da Prefeitura de Belo Horizonte, Lucas Paulo Gariglio; o arquiteto Tarcísio de Paula Pinto, da I&T, consultor responsável pela elaboração da cartilha de gestão integrada de resíduos elaborada pela Caixa, além de outros técnicos e autoridades.

GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SOLIDOS URBANOS, DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO
20 de abril de 2010 – Das 9 às 18horas
AUDITÓRIO DA FIRJAN – RIO DE JANEIRO
Avenida Graça Aranha, 01 – Sala Cinelândia – 13º andar

Mais informações: Planeja & Informa Comunicação e Marketing
TAXA DE INSCRIÇÃO – R$ 250,00

Para se inscrever basta preencher a ficha no link e encaminhar para: cristiana.iop@planejabrasil.com.br

EcoDebate, 17/04/2010

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