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Mudanças climáticas e de padrão de consumo influenciam segurança alimentar

Educação e desperdício estão entre os principais temas globais diante das mudanças climáticas e dos padrões de consumo. Eles exigem ações articuladas da pesquisa, do governo e do setor privado para garantir a segurança alimentar e a produção com responsabilidade

Esta foi uma das conclusões da audiência pública com o Conselho Assessor Externo (CAE) da Embrapa Agroindústria de Alimentos, realizada no Rio de Janeiro (RJ), na última sexta-feira (22), e que contou com a presença de setores ligados à ciência, educação, alimentos e políticas públicas.

Segundo o diretor-executivo da Embrapa, José Geraldo Eugênio de França, apesar de já termos milho com potencial para produção de até 12 toneladas por hectare, há regiões no Nordeste que não chegam a 500 kg/ha, por exemplo. “Materiais de qualidade, tecnologia e extensão precisam chegar ao campo. O consumo está crescendo, o clima vai mudar a agricultura e os recursos naturais são limitados. Temos que dialogar mais com a iniciativa privada, a extensão rural, os governos e os centros de pesquisa nacionais e internacionais”, frisou.

Durante a audiência, Luis Fernando Vieira, do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, apresentou dados da USDA e da FAO sobre o impacto das mudanças no padrão de consumo dos países emergentes, principalmente, a China. “O acréscimo de 1 kg per capita no consumo de açúcar, carne e frango, exigirá que o mundo aumente a produção desses alimentos em 3%, 18% e 20%, respectivamente, para atender a demanda”, apontou.

Atrelado ao aumento da produção estão questões como a qualidade nutricional dos alimentos, o problema da contaminação por resíduos e o desperdício de alimentos ao longo da cadeia. Segundo Vieira, as soluções passam pela soma de parcerias para atuar em problemas críticos num horizonte próximo.

A fruticultura foi o tema levantado por Moacyr Saraiva, presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf) e da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Fruticultura, órgão ligado ao Ministério da Agricultura. Segundo ele, as principais demandas do setor passam pela produção integrada de frutas, qualidade e segurança dos alimentos, redução das perdas e difusão de tecnologias. “A fruticultura precisa de pesquisa participativa para unir o público e o privado e fazer frente a grande parte dos problemas do setor”.

Para a chefe geral da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Regina Lago, a audiência pública é um dos mecanismos para troca de idéias entre a ciência e a sociedade. “Essas discussões ajudam a identificar demandas e a direcionar a Embrapa, mas também é uma oportunidade para mostrar o que está sendo feito. O diálogo enriquece nossas atividades”. As audiências públicas da Embrapa ocorrem uma vez por ano em cada uma das Unidades da empresa.

* Assessoria de Comunicação da Embrapa Agroindústria de Alimentos

[EcoDebate, 30/05/2009]

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