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Estudo do vírus Influenza A (H1N1) indica uma recombinação de vírus da gripe suína com outros vírus de gripes humanas e e aviárias

Influenza

A primeira leva de relatórios formais acerca do atual surto da nova gripe que assola o mundo mostra que se trata de um “Frankenstein” que mistura vários tipos de vírus, disseram pesquisadores nesta quinta-feira.

Ele inclui um vírus “triplo”, com elementos suínos, humanos e aviários, que já está em circulação pelo menos desde 1998. E tais misturas devem ocorrer e contaminar pessoas no futuro, segundo estudo [Triple-Reassortant Swine Influenza A (H1) in Humans in the United States, 2005–2009] publicado na revista New England Journal of Medicine. Matéria de MAGGIE FOX, da Agência REUTERS, com informações complementares do EcoDebate.

A nova cepa do vírus H1N1 se espalhou globalmente, embora o epicentro da epidemia continue sendo a América do Norte. A Organização Mundial da Saúde busca sinais de que ele esteja dando origem a uma pandemia.

O Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA disse que 11 pessoas foram contaminadas por um vírus triplo — aparentemente um ancestral da nova cepa – desde 2005. “Conforme sugerem os fatos recentes, a geração de novos vírus da gripe por meio da recombinação de vírus da gripe suína com outros vírus de gripes humanas e animais pode ser inevitável”, escreveu o CDC.

O novo vírus inclui genes dessa cepa, mas dois genes são de vírus suínos que só haviam sido vistos na Europa.

Um gene chamado “M” teve mutações que tornaram o vírus resistente a medicamentos antivirais mais antigos, mas não a drogas mais novas, como Tamiflu e Relenza, segundo os pesquisadores.

Os outros genes eram claramente originários da América do Norte.

A neuraminidase (o “N” no nome do vírus) se parece muito com uma gripe suína inicialmente identificada na Bélgica. “Esses genes nunca haviam sido vistos nos EUA anteriormente”, disse Michael Shaw, do CDC, a jornalistas. “Não temos ideia de se eles vieram para este hemisfério por (via) humana ou animal.”

Ele disse que aparentemente esse vírus estava circulando incógnito em outros lugares, seja em humanos ou animais.

“Ele já estava bem adaptado à transmissão em humanos antes de aparecer. Nesse contexto, a possibilidade de novos vírus da gripe causando uma doença epidêmica ou pandêmica… continua sendo uma grande ameaça para a saúde pública”, afirmou o relatório.

Entre os 11 pacientes contaminados pelo vírus suíno mais antigo, os sintomas eram ligeiramente diferentes da gripe sazonal. Mas cem por cento dos pacientes tinham sintomas típicos, como tosse, e 90 por cento tinham febre. Um terço teve diarreia, que é rara em gripes comuns. Todos os pacientes se recuperaram.

Um padrão similar é visto no novo vírus, segundo Fatimah Dawood, do Serviço de Inteligência Epidemiológica do CDC, e isso indica que ele pode ser transmitido por via fecal- oral, além dos modos tradicionais da gripe (tosse ou espirro). “Este é um novo vírus, e ainda estamos aprendendo como a transmissão ocorre.”

O artigo “Triple-Reassortant Swine Influenza A (H1) in Humans in the United States, 2005–2009” está disponível para acesso integral nos formatos HTML e PDF. Para acessar no formato HTML clique aqui.

Para maiores informações transcrevemos, abaixo, o abstract:

Triple-Reassortant Swine Influenza A (H1) in Humans in the United States, 2005–2009
Vivek Shinde, M.D., M.P.H., Carolyn B. Bridges, M.D., Timothy M. Uyeki, M.D., M.P.H, M.P.P., Bo Shu, B.S., Amanda Balish, B.S., Xiyan Xu, M.D., Stephen Lindstrom, Ph.D., Larisa V. Gubareva, M.D., Ph.D., Varough Deyde, Ph.D., Rebecca J. Garten, Ph.D., Meghan Harris, M.P.H., Susan Gerber, M.D., Susan Vagoski, D.V.M., Forrest Smith, M.D., Neal Pascoe, R.N., Karen Martin, M.P.H., Deborah Dufficy, D.V.M., M.P.H., Kathy Ritger, M.D., M.P.H., Craig Conover, M.D., Patricia Quinlisk, M.D., M.P.H., Alexander Klimov, Ph.D., Joseph S. Bresee, M.D., and Lyn Finelli, Dr.P.H.

ABSTRACT

Background
Triple-reassortant swine influenza A (H1) viruses — containing genes from avian, human, and swine influenza viruses — emerged and became enzootic among pig herds in North America during the late 1990s.

Methods
We report the clinical features of the first 11 sporadic cases of infection of humans with triple-reassortant swine influenza A (H1) viruses, occurring from December 2005 through February 2009, until just before the current epidemic of swine-origin influenza A (H1N1) among humans. These data were obtained from routine national influenza surveillance reports and from joint case investigations by public and animal health agencies.

Results
The median age of the 11 patients was 10 years (range, 16 months to 48 years), and 4 had underlying health conditions. Nine of the patients had had exposure to pigs, five through direct contact and four through visits to a location where pigs were present but without contact. In another patient, human-to-human transmission was suspected. The range of the incubation period, from the last known exposure to the onset of symptoms, was 3 to 9 days. Among the 10 patients with known clinical symptoms, symptoms included fever (in 90%), cough (in 100%), headache (in 60%), and diarrhea (in 30%). Complete blood counts were available for four patients, revealing leukopenia in two, lymphopenia in one, and thrombocytopenia in another. Four patients were hospitalized, two of whom underwent invasive mechanical ventilation. Four patients received oseltamivir, and all 11 recovered from their illness.

Conclusions
From December 2005 until just before the current human epidemic of swine-origin influenza viruses, there was sporadic infection with triple-reassortant swine influenza A (H1) viruses in persons with exposure to pigs in the United States. Although all the patients recovered, severe illness of the lower respiratory tract and unusual influenza signs such as diarrhea were observed in some patients, including those who had been previously healthy.

* Matéria da Agência Reuters , publicada no Estadao.com.br.

[EcoDebate, 08/05/2009]

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