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Operação do ICMBio detecta 179 hectares de área desmatada em Flona do Pará



A operação vai continuar em outras áreas dentro da Flona (Foto: Arquivo Flona Jamari-RO)

Uma operação para verificar desmatamento na região da Floresta Nacional (Flona) de Itacaiunas, no Pará, realizada entre os dias 9 e 15 de fevereiro, descobriu 179 hectares de floresta nativa destruídos, a existência de garimpo e uma rede para transmissão de energia no interior da floresta. O analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e chefe da Flona, Edilson Esteves, afirma que o desmatamento pode gerar R$ 1,9 milhão em multas para os infratores.

Apesar de a fiscalização ter sido executada a pedido do Ministério Público Federal (MPF) de Marabá para detectar desmatamentos em nove áreas, a equipe do ICMBio que participou da operação conseguiu vistoriar apenas quatro em virtude das condições de acesso à região. Esteves disse que novas vistorias serão planejadas para atender à solicitação do MPF, que se baseou em dados de satélites enviados pelo Imazon para pedir a vistoria.

Intitulada Operação Flona Verde, a vistoria identificou ainda assoreamento de cursos d’água provocado pela derrubada e queima da vegetação nativa para plantio de pastagens e introdução de gado. No entendimento de Esteves, “as unidades de conservação brasileiras representam um constante desafio para seus gestores, uma vez que as complicações variam de região para região e de unidade para unidade”, afirma.

O chefe da Flona diz que Itacaiunas é um exemplo de unidade que desde a criação sofre com as ações antrópicas. Segundo ele, as equipes do instituto que atuam nas unidades de conservação da região enfrentam várias dificuldades para acessar os locais ameaçados e destaca as grandes distâncias a serem percorridas em estradas sem pavimentação como um dos principais problemas. “Com isso algumas ações impactantes, como desmatamento, podem se instalar sem a identificação em tempo real”, informa.

Elaborada por Esteves, a Operação Flona Verde envolveu a participação de vários analistas ambientais do ICMBio e agentes da Polícia Federal. Os servidores do instituto fizeram uma espécie de mutirão para materializar a vistoria e contaram com o chefe da Área de Proteção Ambiental (APA) Igarapé do Gelado, Manoel Delvo Bizerra dos Santos, como coordenador do trabalho. O chefe da Flona do Tapirapé-Aquirí, Amarílio Coutinho Fernandes, e a analista ambiental da Reserva Biológica (Rebio) Tapirapé, Patrícia Farina, atuaram como apoio.

Três guardas florestais da Companhia Vale do Rio Doce também participaram da operação por causa do conhecimento que eles têm da região. Antes da vistoria por terra, a equipe sobrevoou a região e avistou o garimpo. “Não conseguimos acessar por causa das condições das estradas, mas suspeitamos que se trata de garimpo de cobre”, afirma Edilson Esteves.

A equipe constatou, durante o sobrevoo, a existência de uma rede de transmissão de energia, com postes e fios para eletrificação rural, passando sete quilômetros dentro da unidade e 38 quilômetros na área de entorno. Eles localizaram também supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente (APP), região não solicitada pelo MPF, mas que está situada no entorno da unidade de conservação.

Informe da Ascom/ICMBio

[EcoDebate, 13/03/2009]

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