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Notícia

Medicamento baseado em vegetais combinados com selênio poderia servir para combater o melanoma

Clinical Cancer Research

Cientistas americanos descobriram que um remédio baseado em vegetais, especialmente brócolis e couve, ajuda a prevenir o melanoma, uma das formas mais letais de câncer da pele.

Em um relatório divulgado neste domingo pela revista “Clinical Cancer Research“, os cientistas do Colégio de Medicina da Universidade Penn State indicaram que testes realizados em ratos demonstraram que esses compostos combinados com selênio combatem os tumores de forma mais efetiva que o tratamento convencional. Matéria da Agência EFE, com informações complementares do EcoDebate.

Em geral, o melanoma começa como uma mancha sobre a pele, embora também se manifeste em outros tecidos como os dos olhos ou dos intestinos.

Calcula-se que nos Estados Unidos no ano passado tenham sido registrados 62.480 casos de melanoma, com um total de 8.420 mortes.

“Até agora, não existem remédios que ataquem as proteínas que desencadeiam o melanoma”, manifestou Gavin Robertson, professor de patologia e dermatologia da Penn State.

“Desenvolvemos remédios a partir de compostos naturais que podem inibir o desenvolvimento dos tumores em ratos em 50% a 60% com uma pequena dose”, acrescentou.

Esses compostos pertencem à classe de isotiocianatos que atacam a proteína Akt3 que promove o desenvolvimento do melanoma.

Até agora se sabia que os vegetais, especialmente de plantas crucíferas, combatiam certos tipos de câncer, embora para ter resultados efetivos deviam ser administrados em grandes doses.

Para resolver essa deficiência, os cientistas acrescentaram selênio, o que reforçou o resultado e permitiu a administração da medicina por via intravenosa e em pequenas quantidades, disse Robertson.

“A falta de selênio é comum nos pacientes de câncer, incluindo aqueles com melanoma espalhado. Além disso, se sabe que esse elemento desestabiliza as proteínas Akt nas células do câncer prostático”, acrescentou.

Para estudar o efeito do remédio, os cientistas injetaram em um grupo de ratos 10 milhões de células cancerígenas.

Aos seis dias, quando os animais tinham desenvolvido tumores, os dividiram em dois grupos e lhes administraram compostos vegetais, com e sem selênio.

“Descobrimos que os compostos reforçados com selênio reduziram de maneira considerável a produção da proteína Akt3 e desativaram seu sistema”, explicou o cientista.

Além disso, os compostos modificados diminuíram o crescimento dos tumores em mais de 60% em comparação com os quais não tinham selênio.

Segundo o cientista, seu descobrimento poderia abrir o caminho a formas novas e efetivas de tratar o câncer da pele, especialmente o melanoma.

“Encontramos algo na natureza para combater o melanoma”, disse Robertson.

“E como só são necessárias pequenas quantidades de remédio para matar as células cancerígenas, isso representa menos efeitos tóxicos para o paciente”, acrescentou.

Matéria da Agência EFE, no UOL Notícias, 28/02/2009 – 22h47

Nota do EcoDebate: o artigo “Targeting Akt3 Signaling in Malignant Melanoma Using Isoselenocyanates” apenas está disponível para assinantes da revista . Abaixo transcrevemos o abstract.

Targeting Akt3 Signaling in Malignant Melanoma Using Isoselenocyanates

Clinical Cancer Research 15, 1674, March 1, 2009. Published Online First February 10, 2009;
doi: 10.1158/1078-0432.CCR-08-2214

Arati Sharma1,5, Arun K. Sharma1,5, SubbaRao V. Madhunapantula1, Dhimant Desai1,5, Sung Jin Huh1, Paul Mosca5,6, Shantu Amin1,5 and Gavin P. Robertson1,2,3,4,5

Authors’ Affiliations: Departments of 1 Pharmacology, 2 Pathology, and 3 Dermatology, 4 The Foreman Foundation for Melanoma Research, and 5 Penn State Melanoma Therapeutics Program, The Pennsylvania State University College of Medicine, Hershey, Pennsylvania; and 6 Department of Surgery, Lehigh Valley and Health Network, Allentown, Pennsylvania

Requests for reprints: Gavin P. Robertson, Department of Pharmacology – R130, The Pennsylvania State University College of Medicine, 500 University Drive, Hershey, PA 17033. Phone: 717-531-8098; Fax: 717-531-5013; E-mail: gprobertson{at}psu.edu.

Purpose: Melanoma is the most invasive and deadly form of skin cancer. Few agents are available for treating advanced disease to enable long-term patient survival, which is driving the search for new compounds inhibiting deregulated pathways causing melanoma. Akt3 is an important target in melanomas because its activity is increased in ~70% of tumors, decreasing apoptosis in order to promote tumorigenesis.

Experimental Design: Because naturally occurring products can be effective anticancer agents, a library was screened to identify Akt3 pathway inhibitors. Isothiocyanates were identified as candidates, but low potency requiring high concentrations for therapeutic efficacy made them unsuitable. Therefore, more potent analogs called isoselenocyanates were created using the isothiocyanate backbone but increasing the alkyl chain length and replacing sulfur with selenium. Efficacy was measured on cultured cells and tumors by quantifying proliferation, apoptosis, toxicity, and Akt3 pathway inhibition.

Results: Isoselenocyanates significantly decreased Akt3 signaling in cultured melanoma cells and tumors. Compounds having 4 to 6 carbon alkyl side chains with selenium substituted for sulfur, called ISC-4 and ISC-6, respectively, decreased tumor development by ~60% compared with the corresponding isothiocyanates, which had no effect. No changes in animal body weight or in blood parameters indicative of liver-, kidney-, or cardiac-related toxicity were observed with isoselenocyanates. Mechanistically, isoselenocyanates ISC-4 and ISC-6 decreased melanoma tumorigenesis by causing an ~3-fold increase in apoptosis.

Conclusions: Synthetic isoselenocyanates are therapeutically effective for inhibiting melanoma tumor development by targeting Akt3 signaling to increase apoptosis in melanoma cells with negligible associated systemic toxicity.

[EcoDebate, 02/03/2009]

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