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Estudo afirma que o aquecimento global aumenta a força de ciclones tropicais


Ciclones tropicais estão se fortalecendo, diz estudo da “Nature”

Os mais fortes ciclones tropicais estão ganhando intensidade, principalmente na metade norte dos oceanos Atlântico e Índico, segundo uma pesquisa publicada hoje pela revista científica britânica “Nature”. Da Agência EFE, com informações complementares de Henrique Cortez, do EcoDebate.

A elevação da temperatura na superfície dos oceanos faz com que aumentem as velocidades máximas do vento dos ciclones mais fortes.

Uma equipe de pesquisadores da Florida State University (Estados Unidos), liderada por James Elsner [Warmer seas linked to strengthening hurricanes: FSU study fuels global warming debate], analisou os dados de ciclones gerados por satélites nos últimos 25 anos.

A partir deles, descobriram que o recente aumento da temperatura das superfícies do Atlântico Norte tropical está fortalecendo os ciclones na região.

Os autores do estudo afirmam que o aumento da temperatura da superfície do oceano em um grau Celsius faz com que cresça em 31% a freqüência global dos ciclones mais violentos: de 13 a 17 fenômenos desse tipo ao ano.

Além disso, explicam que, quanto mais forte for o ciclone, mais evidente é a mudança na velocidade de seus ventos.

Com exceção do Oceano Pacífico Sul, todas as bacias oceânicas mostram isso, embora não no mesmo grau: os maiores aumentos se dão no Atlântico Norte e no norte do Índico.

Os pesquisadores explicam que no resto dos trópicos as tendências na intensidade dos ciclones são menos evidentes.

Neste sentido, reconhecem que calcular as tendências em outras zonas dos trópicos foi difícil devido à falta de dados.

Os cientistas concluem que estes resultados vão ao encontro da teoria do motor térmico da intensidade dos ciclones: à medida que os mares se aquecem, o oceano tem maior energia que pode ser liberada sob a forma de ventos ciclônicos.

No entanto, advertem de que ainda há uma grande falta de dados disponíveis e que o estudo não inclui outros fatores importantes, como a origem e a duração do ciclone, a proximidade com a terra, as condições do fenômeno El Niño e a atividade solar.

Sobre a citada pesquisa, sugerimos que leiam:

Nature News: Hurricanes are getting fiercer

O acesso ao texto integral da pesquisa é restrito a assinantes da revista Nature.

The increasing intensity of the strongest tropical cyclones
Nature 455, 92-95 (4 September 2008) | doi:10.1038/nature07234; Received 25 January 2008; Accepted 27 June 2008,
James B. Elsner1, James P. Kossin2 & Thomas H. Jagger1

1. Department of Geography, Florida State University, Tallahassee, Florida 32306, USA
2. Cooperative Institute for Meteorological Satellite Studies, University of Wisconsin–Madison, Madison, Wisconsin 53706, USA

Correspondence to: James B. Elsner1 Correspondence and requests for materials should be addressed to J.B.E. (Email: jelsner@fsu.edu).

Atlantic tropical cyclones are getting stronger on average, with a 30-year trend that has been related to an increase in ocean temperatures over the Atlantic Ocean and elsewhere1, 2, 3, 4. Over the rest of the tropics, however, possible trends in tropical cyclone intensity are less obvious, owing to the unreliability and incompleteness of the observational record and to a restricted focus, in previous trend analyses, on changes in average intensity. Here we overcome these two limitations by examining trends in the upper quantiles of per-cyclone maximum wind speeds (that is, the maximum intensities that cyclones achieve during their lifetimes), estimated from homogeneous data derived from an archive of satellite records. We find significant upward trends for wind speed quantiles above the 70th percentile, with trends as high as 0.3 plusminus 0.09 m s-1 yr-1 (s.e.) for the strongest cyclones. We note separate upward trends in the estimated lifetime-maximum wind speeds of the very strongest tropical cyclones (99th percentile) over each ocean basin, with the largest increase at this quantile occurring over the North Atlantic, although not all basins show statistically significant increases. Our results are qualitatively consistent with the hypothesis that as the seas warm, the ocean has more energy to convert to tropical cyclone wind.

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