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Em Portugal, maior central solar do mundo começa a produzir

Moura, Beja, 17 mar (Lusa) – A maior central fotovoltaica do mundo, em construção no distrito alentejano de Moura (Beja), sul de Portugal, começou, nesta segunda-feira, a produzir energia de forma parcial para a rede elétrica nacional, devendo começar a funcionar plenamente até final deste ano.

Em uma primeira fase, a Central Solar Fotovoltaica de Amareleja, com uma capacidade instalada de 46,41 megawatts (MW) pico, vai produzir energia com os primeiros 2,5 MW já instalados, adiantou hoje à agência Lusa Francisco Aleixo, diretor-geral da Amper Central Solar, empresa criada para construir e gerir a central e propriedade da Acciona, líder do mercado espanhol de energias renováveis.

Segue-se a instalação dos restantes MW “até ao final deste ano”, quando a central deverá começar a funcionar plenamente, para produzir cerca de 93 mil MW de energia por ano, o suficiente para abastecer 30 mil habitações, acrescentou o responsável.

A energia vai ser injetada na subestação de Amareleja, na primeira fase, e, posteriormente, na subestação de Alqueva, quando a central estiver produzindo por completo, precisou Francisco Aleixo.

A Central Solar Fotovoltaica de Amareleja, um investimento de 237,6 milhões de euros para produzir energia “limpa” para a rede elétrica nacional durante 25 anos, é construída em um terreno de 250 hectares, perto daquela vila do distrito de Moura e considerada a “terra mais quente de Portugal”, devido aos recordes de temperatura máxima no verão.

Com 2.520 seguidores solares azimutais, equipados com 104 painéis solares cada um, a central será a maior do mundo, em potência total instalada e capacidade de produção, quase o quádruplo do que o atual maior complexo do gênero, com 12,5 MW de potência instalada, situado em Brandis, na Alemanha.

Os seguidores solares azimutais são dispositivos mecânicos que orientam os painéis solares perpendiculares ao sol, desde a alvorada, a leste, até ao poente, a oeste.

Os painéis solares, que convertem a energia da luz do sol em eletricidade, foram adquiridos de um fabricante chinês, “o único que demonstrou capacidade para fornecer os painéis necessários para equipar toda central”, explicou Francisco Aleixo.

Sem custos de emissões, a central, por cada 90 mil MW de energia produzida, vai permitir poupar 152 mil toneladas de emissões de gases com efeito estufa (CO2) em comparação com uma produção equivalente a partir de combustíveis fósseis.

O projeto da central, que na atual fase de instalação emprega temporariamente 220 trabalhadores, prevê criar “cerca de 15” postos de trabalho permanentes, a maioria nos serviços de manutenção, previu Francisco Aleixo.