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Artigo

Biodiversidade e Biotecnologia, parte III (Final), artigo de Roberto Naime

 

artigo

 

[EcoDebate] O professor Dr. Marcos Tadeu T. Pacheco, afirma que “é preciso aumentar em pelo menos 50 vezes o número de pesquisadores. O principal desafio para que o país se torne uma potência científica e não perca na disputa internacional é melhorar a educação desde o ensino fundamental. É essencial remunerar dignamente o professor deste ensino, motivar mais alunos e docentes, cultivar talentos, desenvolver as potencialidades do cidadão. No Brasil, apesar de termos recursos para determinadas pesquisas, após avaliação dos projetos submetidos em edital, os recursos não são totalmente utilizados, em função do baixo número de projetos com qualidade que são aprovados”.

A Coordenação de aperfeiçoamento do pessoal de ensino superior (CAPES) tem como objetivo colocar o Brasil na comunidade científica internacional. As universidades em geral preocupam-se com os rankings e tendem a incorporar a questão de publicação de artigos que recebem pontuação no momento em que são publicados.

RACANICCHI et. al. (2014), assevera que na concepção da professora Dra. Brigitte Rieckman Martins dos Santos “muitas vezes o pesquisador brasileiro prefere publicar no exterior, em revistas classificadas no sistema de avaliação de periódicos Qualis. Temos também artigos importantes e que não são publicados por falta de rigor científico”

Na opinião do professor Dr. Fernando Akaoui, salvo as indústrias, que têm interesse comercial no registro de patentes, e, portanto têm grupos de pesquisadores ligados às suas respectivas atividades, as universidades e o governo em geral pouco fazem em matéria de pesquisa científica, em face da falta de recursos, pois muitas destas pesquisas requerem um alto investimento, com retorno a longo prazo.

E, “somente com uma radical mudança de mentalidade, em que o governo crie consciência em relação a seu papel como fomentador de pesquisa científica, é que poderemos chegar a um nível tecnológico que possa colocar o Brasil no mapa do desenvolvimento técnico-científico”.

No Brasil mega-diverso podemos salientar que a questão da aplicação de biotecnologias se faz necessária com a produção responsável, baseada na utilização sustentável dos recursos naturais como forma de assegurar a preservação do meio ambiente.

RACANICCHI et. al. (2014) manifestam que a pesquisa de biotecnologia com uso da biodiversidade cresce, mas existem desafios para novas abordagens e investigação de questões locais para gerar ciência e tecnologia que também possam ser úteis sendo inevitável a parceria com instituições estrangeiras.

O Brasil caminha, mas ainda possui grande escassez de publicações científicas. Essa escassez se torna mais evidente quando comparada com outros países em relação à produção de produtos e patentes.

Hoje as universidades preocupam-se com os rankings e tendem a incorporar a questão de publicação de artigos. Pensar na necessidade do aumento da biotecnologia com critérios de sustentabilidade, no Brasil mega-diverso, é pensar também em política, economia, educação.

A legislação brasileira sobre recursos da biodiversidade é voltada mais para a manipulação genética e seus riscos. No presente momento o desenvolvimento técnico-científico brasileiro está em grande parte nas mãos do governo que necessita estimular e patrocinar mais pesquisas científicas.

RACANICCHI et. al. (2014) aduzem que é também relevante destacar a necessidade de investir mais em educação básica e melhor remunerar o professor do ensino fundamental para que a Universidade não sofra as consequências da falta dessa educação.

Referências:

BEGON, Michal, TOWSEND, Colin R. e HARPER, John L. “Ecologia” – De indivíduos a Ecossistemas. 4ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. p.633

BRASIL. Lei 11.105 de 24 de março de 2005. Cria o Conselho Nacional de Biossegurança, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança . Disponível em: http://www.ctnbio.gov.br/index.php/content/view/11992.html., acesso em 25 de Setembro de 2013.

BRASIL. MMA (Ministério do Meio Ambiente), Relatório Nacional sobre a Biodiversidade, 1998. http://www.mma.gov.br/estruturas/chm/_arquivos/cap2a.pdf, acesso em 02.09..2013 FAPESP. Fundação e Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. www.fapesp.br, acesso em 15.08.2013

IMS Health, Consultoria. Empresa de auditorias sobre o consumo e venda de medicamentos do mundo. Disponível em http://www.imshealth.com/portal/site/imshealth), acesso em 04.10.2013

JOLY, C. A. e BICUDO, C. E. M. Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil: síntese do conhecimento ao final do século XX – vol.7. Infra- estrutura para conservação da biodiversidade. 1.ed. São Paulo.FAPESP, 1999. v.1. 150 p.

JOLY, C. A. et al. Diretrizes para a conservação e restauração da biodiversidade no estado de São Paulo. 1.ed. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente & Programa BIOTA, 2008. V1. 245p.

MILLER, G. Tyler Jr. “Ciência Ambiental”. São Paulo: Editora Thomson Learning. 2007 p.476 PORTUGAL. Portal da Escola Superior Agrária. Instituto Politécnico de Viana do Castelo. http://portal.ipvc.pt/portal/page/portal/esa/esa_noticias_agenda/2011/esa_biotecnologia_motiv a_publicacao, acesso em 27.09.2013

RODRIGUES, Ana Cristina e FERRAZ Ana Isabel. Biotecnologia, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. e-book ed. Porto: Editora Publindustria. 2011. 282p.

SCIMAGO JOURNAL & COUNTRY RANK – Portal com indicadores para avaliar e analisar domínios científicos. Disponível em http://www.scimagojr.com , acesso em 22.09.2013

RACANICCHI, Wanda Schumann, BASTOS, Robson e GIORDANO, Fabio Um diagnóstico crítico de especialistas sobre biodiversidade e biotecnologia no Brasil UNISANTA BioScience – p. 33 – 38; Vol. 3 nº 1, 2014

 

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Sugestão de leitura: Celebração da vida [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

 

in EcoDebate, 08/03/2016

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