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Notícia

Grande exposição sobre o Cerrado no CCBB-Brasília, de 5 de setembro a 19 de outubro de 2014

 

cerrado

CERRADO – UMA JANELA PARA O PLANETA

CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL BRASÍLIA – 5 DE SETEMBRO A 19 DE OUTUBRO DE 2014.

ENTRADA FRANCA

Exposição convida o visitante a explorar toda a diversidade de um dos biomas mais ricos do Brasil

*Dividida em três módulos, a mostra vai possibilitar o contato direto com a fauna, a flora, os vestígios de ocupação humana e muito mais

*Oficina de identificação de árvores será promovida pela WWF

*Projeções de imagens e sons farão convite à interatividade

Quando se fala em Cerrado, a primeira imagem que vem à cabeça são árvores retorcidas e uma vegetação agreste. Mas o segundo maior bioma do Brasil possui uma diversidade de paisagens, vegetação, fauna capaz de surpreender o visitante desavisado. A surpresa da descoberta deverá marcar a visita de quem for à exposição CERRADO – UMA JANELA PARA O PLANETA, que o Centro Cultural Banco do Brasil Brasília apresenta a partir do dia 5 de setembro. Espalhados pelos pavilhões, Galeria 3 e pela área externa do prédio do CCBB estarão exemplares, imagens e instalações deste bioma que ocupa 24% do território brasileiro. CERRADO – UMA JANELA PARA O PLANETA é uma realização do Museu de Ciência e Tecnologia de Brasília, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, da UNESCO  e conta com o apoio do WWF.

A exposição será dividida em três grandes módulos – Grande Sertão, Veredas: paisagens do cerrado, A Trama do Cerrado: Diversidade e Os Quatro Elementos: água, fogo, terra e ar. E contará com projeção de filmes, feira do Cerrado, programa educativo e oficinas. Tudo para aproximar o espectador deste bioma que vem sofrendo intenso processo de desmatamento. Sob a curadoria de Jorge Wagensberg (doutor em Física pela Universidade de Barcelona, onde leciona), Coordenação técnica de Mercedes Bustamante (doutora pela Universitat Trier, da Alemanha, e professora da UnB), e coordenação museológica de Maria Ignez Mantovani, o público poderá passear por diferentes paisagens e compreender a importância da preservação deste bioma.

CERRADO – UMA JANELA PARA O PLANETA recebeu o apoio do IBERMUSEUS, por meio do projeto Conversaciones de 2010, que premiou iniciativas dentre várias propostas de diferentes países da região ibero-americana. O edital permitiu que a mostra contasse com a participação do curador Jorge Wagensberg. As pesquisas desenvolvidas para a mostra contaram com a importante participação do GIZ, instituição alemã de proteção ambiental.

A EXPOSIÇÃO

O módulo ‘Grande Sertão, Veredas: paisagens do Cerrado (inspirado na obra prima do escritor mineiro João Guimarães Rosa) apresentará os 14 tipos principais de vegetação do bioma: as florestais (Mata Ciliar, Mata de Galeria, Mata Seca e Cerradão), as savânicas (Cerrado Denso, Cerrado Típico, Cerrado Ralo, Cerrado Rupestre, Parque de Cerrado, Palmeiral e Vereda) e as campestres (Campo Sujo, Campo Rupestre e Campo Limpo). Chamadas pelos pesquisadores de ‘fitofisionomias’, essas vegetações serão mostradas em toda sua diversidade, com informações sobre as mudanças provocadas pelas estações – chuva e seca – e os limites do Cerrado – o bioma está presente em 10 estados brasileiros: São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Maranhão, Piauí, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Tudo isso será apresentado de forma a proporcionar uma experiência tridimensional, com instalação, projeções e sons.

Caberá à instalação Raízes e Ramos apresentar o que diferencia as três principais vegetações – campestre, savânica e florestal – e sua relação com a água, o fogo e o solo. Serão expostas árvores reais mortas, além de outras espécies de vegetação características de cada uma. Os textos explicativos mostrarão que a distribuição destas fisionomias está relacionada à ocorrência do fogo (há espécies que só rebrotam após as queimadas), mas também à disponibilidade de água e às características do solo. Em seguida, as três vegetações serão detalhadamente apresentadas, através de fotografias, instalações contendo exemplares de plantas, sons dos diferentes ambientes e mapas.

O segundo módulo, ‘A Trama do Cerrado: Diversidade’, foi especialmente concebido para proporcionar um contato direto com a diversidade da fauna e da flora do Cerrado. Vitrines exibirão sementes variadas e instalações farão a demonstração de processos de dispersão, explicando ao visitante como estes mecanismos funcionam na natureza (experimentos em vitrines com mecanismos que simularão a presença de vento, correntes de água e ingestão e digestão de sementes). Em murais estarão folhas reais de árvores, palmeiras, arbustos e herbácias, com a enorme variedade de forma e cores e sua relação com a disponibilidade de água, ocorrência de fogo e características do solo. O segmento ainda contará com pantones translúcidos em vinil adesivado.

Uma parte da fauna será apresentada em vitrines. O visitante conhecerá a imensa variedade de insetos, de peixes presentes nas bacias hidrográficas e os principais abrigos dos animais – ninhos e tocas –, que estarão dispostos de forma que o espectador veja onde ocorrem no Cerrado. Textos explicativos e exemplares em vitrines prometem destacar o papel biológico de insetos como abelhas, vespas, borboletas besouros, cupins e gafanhotos e sua adaptação ao meio ambiente – sabe-se que o Cerrado é o refúgio de 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos.

Abrigos, ninhos e tocas de animais do Cerrado serão apresentados em vitrines tridimensionais. O visitante poderá compreender a função ecológica de abrigos como cupinzeiros, tocas de mamíferos, ninhos de aves e entender os motivos que levam os animais a escolherem os materiais nos quais são confeccionados.

Também em ‘A Trama do Cerrado: Diversidade’ estará representada a diversidade cultural e de ocupação humana. Uma linha do tempo demonstrará como se deu a ocupação do território há milhares de anos, quais foram os principais povos, assim como as características fundamentais das populações. Objetos históricos e naturais utilizados por estas comunidades serão apresentados em vitrines e imagens.

Este módulo ainda se estenderá para a área externa do prédio do CCBB, com os segmentos ‘Restos e Rastros: Vestígios da fauna’, ‘Causos do Cerrado’ e ‘Olhar, observar, experimentar e documentar’. Nestes espaços serão demonstrados o trabalho dos pesquisadores, que buscam as pegadas, os vestígios dos animais, as câmeras usadas para documentar os hábitos de diferentes espécies da fauna, as vitrines com exemplares de pegadas, e também apresentados vídeos com histórias curiosas e causos contados por habitantes da região.

O terceiro e último módulo de CERRADO – UMA JANELA PARA O PLANETA será dedicado a explorar ‘Os Quatro Elementos: água, fogo, terra e ar ‘. A ideia é fazer o visitante compreender que as diferentes ‘fitofisionomias’ acontecem devido à ocorrência e frequência de queimadas, à oferta de água, a características do solo e da geologia. O Cerrado acolhe, por exemplo, cerca de 78% da área da bacia do Araguaia-Tocantins, 47% do São Francisco e 48% do Paraná-Paraguai. Uma maquete apresentará os principais processos hidrológicos, o relevo e a vegetação.

Para falar do solo, a exposição contará com a imensa cartela de cores da terra do Cerrado, explicando sua composição e a presença e a quantidade de minerais. Um totem e amostras destacarão os eventos geológicos que ocorreram para a configuração atual dos solos e paisagens do Cerrado.

E finalizando a exposição, o módulo Fogo promete mostrar a extraordinária importância deste elemento para as diferentes vegetações da região, com efeitos ecológicos, para o manejo de áreas e conservação. O tema será representado por meio de um conjunto de audiovisuais que procurarão recriar o ciclo da queimada natural e também da causada pelo homem, abordando os impactos sobre as espécies. O público poderá também conhecer algumas das estratégias de defesa da flora por meio de uma vitrine com diferentes cascas e troncos de espécies da flora do Cerrado. O visitante ficará sabendo, por exemplo, que o tronco tortuoso com casca espessa é uma das adaptações mais evidentes no Cerrado. Os galhos e troncos crescem tortos devido ao fogo e as cascas são espessas para preservar o interior do caule, onde há circulação de nutrientes e água.

A EQUIPE

Três grandes profissionais de áreas complementares para a elaboração de uma exposição com as dimensões de CERRADO – UMA JANELA PARA O PLANETA se uniram neste esforço que deseja aproximar o bioma do Cerrado do público leigo, despertando na população o desejo de preservação.

CURADOR – Nascido em Barcelona, Jorge Wagensberg é doutor em Física pela Universidade de Barcelona e professor de Teoria dos Processos Irreversíveis na Faculdade de Física da mesma universidade, na qual dirige um grupo de investigação em biofísica. É autor de múltiplos trabalhos científicos publicados em revistas especializadas internacionais, de uma extensa obra de difusão científica e relativas a outros domínios da cultura. Foi diretor científico do Museu de Ciência da Fundação “La Caixa”, o “Cosmocaixa” em Barcelona, tendo sido responsável pela área de ciência e meio ambiente da obra social da Fundação ‘La Caixa’. É ex-presidente do ECSITE (European Collaborative for Science & Technology). Jorge Wagensberg é o encarregado do desenho do projeto museológico do novo museu Hermitage, de Barcelona.

COORDENADORA TÉCNICA – Mercedes Bustamante, doutora em Ciências Naturais pela Universitat Trier, na Alemanha, é professora da Universidade de Brasília (UnB) desde 1994, onde atua no Departamento de Ecologia do Instituto de Ciências Biológicas (IB). Já publicou 63 artigos científicos e 17 capítulos de livros em temas, principalmente, relacionados à Ecologia do Cerrado e impactos das atividades humanas sobre a estrutura e funcionamento desse bioma. As pesquisas desenvolvidas pela bióloga e seu grupo oferecem subsídios para a elaboração de estratégias de conservação e políticas ambientais. Tem desenvolvido atividades estratégicas como a cocoordenação do capítulo “Agriculture, Forestry and Other Land Uses” do 5o. Relatório do Intergovernmental Panel on Climate Change – IPCC (Working Group III – Mitigation) (2011-2014), e cocoordenação do Grupo de Trabalho “Mitigação” do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, responsável pela elaboração do relatório técnico sobre Mitigação de Mudanças Climáticas no Brasil (2011-2014). Mercedes Bustamante também atuou como representante da América Latina na International Nitrogen Initiative (2010-2013), foi membro do Comitê Científico N2O Report – United Nations Environment Programme (UNEP) (2013) e do Comitê Científico do International Geosphere-Biosphere Programme (IGBP) (2007-2012), Coordenadora Geral de Gestão de Ecossistemas (2011-2012) e Diretora de Políticas e Programas Temáticos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (2012-2013).

COORDENADORA MUSEOLÓGICA – Maria Ignez Mantovani é brasileira, graduada em Comunicação Social com especialização em Museologia e doutora em Museologia pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, de Lisboa, Portugal. Diretora e fundadora da empresa EXPOMUS – Exposições, Museus, Projetos Culturais, que desde 1981 já  atuou em cerca de 250 projetos de exposições nacionais e internacionais de arte e cultura brasileira, desenvolve projetos museológicos, socioeducacionais e ambientais, em colaboração com instituições e museus brasileiros e do exterior. Maria Ignez realiza palestras e conferências de capacitação em museologia e gestão cultural. Entre outras atribuições, é vice-presidente e representante para a América Latina do CAMOC – Comitê Internacional de Museus de Cidade do ICOM, e membro da Diretoria do ICOM Brasil, órgão que representa no Conselho Consultivo do Patrimônio Museológico do Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM/Ministério da Cultura.

PRODUÇÃO – A Expomus é uma empresa brasileira, fundada em 1981.  Desenvolve projeto da área museológica, sendo responsável pelo Plano museológico do Museu de Ciência e Tecnologia de Brasília, além de ouros projetos de destaque.  Está por trás de uma das exposições de maior sucesso no Brasil: a mostra IMPRESSIONISMO: PARIS E A MODERNIDADE, que trouxe pela primeira vez ao Brasil o acervo do renomado Museu d’Orsay, da França. A Expomus é, também, responsável pela gestão museológica da exposição GUERRA E PAZ, que apresenta  ao público brasileiro os monumentais painéis do pintor Candido Portinari, que  integram o acervo da ONU, em Nova York.

Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Brasília

Data: 5 de setembro a 19 de outubro de 2014

Horários: de quarta a segunda-feira, das 9 às 21h

ENTRADA FRANCA

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: Livre

 

EcoDebate, 22/08/2014


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2 thoughts on “Grande exposição sobre o Cerrado no CCBB-Brasília, de 5 de setembro a 19 de outubro de 2014

  • Lamentavelmente, eventos dessa natureza são capazes, apenas, de disfarçar e camuflar a devastação do bioma em questão.

  • Parabéns pela iniciativa. O Cerrado brasileiro carece de proteção: a fauna e a flora estão sendo dizimadas, sem controle maior das autoridades.
    Pena que a Associação dos Ilustradores Científicos do Centro-Oeste Brasileiro – AICCOB – entidade sem fins lucrativos – não estará participando do evento com as aquarelas hiper-realistas da flora e da fauna desse bioma, elaboradas criteriosamente por seus associados.
    De se registrar que a AICCOB tem em seus atos constitutivos ,entre outros propósitos, justamente
    “…
    IV – Buscar, por meio da ilustração, a sensibilização da consciência coletiva para a defesa e a preservação do meio ambiente e do patrimônio histórico, artístico e paisagístico…”

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