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ONU alerta para a necessidade de uma nova economia verde

[Henrique Cortez, do EcoDebate] Um novo relatório da ONU [‘The environmental food crisis: Environments role in averting future food crises‘] foca na busca de soluções globais em matéria ambiental, financeira e alimentar através do conceito de uma economia verde.

O relatório destaca que mais da metade dos alimentos produzidos globalmente são ‘perdidos’ ou descartados, como resultado da ineficiência e do desperdício na cadeia produtiva.

Esta espantosa quantidade de resíduos alimentar gera mais degradação ambiental, além de impedir a redução de custos de produção. O estudo estima que os preços dos alimentos podem aumentar de 30 a 50% dentro de décadas, o que poderá obrigar a população mais pobre a gastar até 90% de sua renda em alimentação. por cento do seu rendimento em alimentação, os resultados, que são apoiadas por um relatório recente do Banco Mundial.

O relatório centra sua atenção na questão da segurança alimentar em 2050, quando a população mundial deverá estar perto de 9,5 bilhões, contra os 6,76 bilhões de pessoas na atualidade.

Perdas e resíduos alimentares nos Estados Unidos podem chegar a 50% do total produzido, acordo com algumas estimativas recentes. Até um quarto de todos as frutas e produtos hortícolas produzidos nos EUA são ‘perdidos” entre o campo a a mesa.

Na Austrália, estima-se que os resíduos alimentares ocupam 50% de todos os aterros sanitários. No Reino Unido, 1/3 de todos os alimentos comprados também são desperdiçados.

Nos paises em desenvolvimento, as perdas no campo e na colheita podem chegar a 40%, não apenas por erros/falhas de logística, mas também por causa de pragas e agentes .

Na África, o desperdício de peixes equivale de 30% do total pescado e o relatório estima que, globalmente, cerca de 30 milhões de toneladas de peixe marinhos são pescados desnecessariamente, sendo jogados fora ainda no mar.

O relatório salienta que mais de um terço da produção mundial de cereais é destinada à alimentação animal e que a percentagem poderá aumentar para metade, até 2050, agravando a pobreza e a degradação ambiental.

Globalmente, a escassez da água pode reduzir o rendimento das culturas em até 12%. As mudanças climáticas podem aumentar as pragas de insetos, as doenças e as ervas daninhas, reduzindo a produtividade mundial em até seis%.

A degradação dos solos, especialmente na África, pode reduzir a produção em até oito por cento.

Na África Sub-Sahariana, o crescimento da população é projetado para mais do dobro dos atuais 770 milhões para mais de 1,7 bilhões, em menos de 40 anos. E, de acordo com os mais recentes estudos, continente também estará sujeito a graves consequências das mudanças climáticas, escassez de água e os mais diversos conflitos.

O relatório adverte que o aumento do uso de fertilizantes artificiais e pesticidas, o aumento da utilização da água e a redução das florestas vão resultar em um grande declínio na biodiversidade.

O relatório, em síntese, apresenta sete principais recomendações:

1. Regular os preços dos alimentos e fornecer redes de segurança para os pobres

2. Promover uma geração de biocombustíveis, ambientalmente sustentáveis e que não concorram com a lavoura

3. Realocar cereais utilizados na alimentação animal para o consumo humano, destinando aos animais novos insumos, baseados em novas tecnologias para os resíduos

4. Apoio agricultores de pequena escala por um fundo global para as micro-financiamento no desenvolvimento de ecoagricultura diversificada e resiliente

5. Aumentar o comércio e o acesso ao mercado através da melhoria das infra-estruturas, redução das barreiras comerciais, as redes de segurança social , bem como reduzir os conflitos armados e a corrupção

6. Limitar o aquecimento global

7. Sensibilizar as pessoas e governos para as pressões do crescimento populacional e dos padrões de consumo sobre os ecossistemas

O relatório ‘The environmental food crisis: Environments role in averting future food crises‘, está disponível para acesso, no formato PDF. Para acessar o relatório na íntegra, clique aqui.

[EcoDebate, 19/02/2009]

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