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Aquecimento Global: Refrigeração deve ser considerada infraestrutura crítica

 

Refrigeração deve ser considerada infraestrutura crítica
Imagem: Yale E360

Aquecimento Global: Refrigeração deve ser considerada infraestrutura crítica

Relatório da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, afirma que a refrigeração deve ser considerada infraestrutura crítica em um mundo potencialmente a 50°C.

O relatório, intitulado “Cooling in a 50°C World: A New Approach to Critical Infrastructure“, alerta para os riscos de um mundo mais quente para a saúde, a segurança e a economia.

Pesquisadores descrevem a necessidade de designar formalmente os sistemas de infraestrutura de resfriamento como infraestrutura crítica, central para nossa estratégia de adaptação climática para um mundo de aquecimento rápido. Descreve os benefícios que isso traria e propõe importantes próximos passos que agora devem ser dados em direção a esse objetivo vital.

A publicação afirma que a refrigeração é essencial para uma ampla gama de atividades humanas, incluindo o fornecimento de alimentos, a produção de medicamentos e a operação de infraestrutura crítica, como hospitais e data centers. No entanto, o aquecimento global está tornando a refrigeração mais difícil e cara.

O relatório prevê que, se as emissões de gases de efeito estufa continuarem a aumentar, o mundo poderá atingir 50°C até o final do século. Nesse cenário, a demanda por refrigeração aumentará significativamente, colocando uma pressão ainda maior sobre os recursos existentes.

O relatório apresenta cinco recomendações principais para melhorar a adaptabilidade ao nosso planeta que está rapidamente aquecendo:

  • Os governos nacionais e os organismos de governação internacionais em todo o mundo devem reconhecer que o arrefecimento é um serviço crítico e designar a infraestrutura que a transmite como infraestrutura crítica.
  • Os governos nacionais devem desenvolver estratégias integradas e preparadas para o futuro para a adaptação aos impactos térmicos induzidos pelas alterações climáticas, com o fornecimento de infraestruturas de arrefecimento sustentáveis no seu núcleo, incluindo políticas baseadas numa avaliação exaustiva das implicações alimentares, da saúde, da segurança digital e da segurança econômica do arrefecimento sustentável para os seus cidadãos.
  • Governos, projetistas de infraestrutura, desenvolvedores e operadores, e academia devem adotar uma abordagem holística e de todo o sistema para planejar, construir, operar, manter, adaptar e descomissionar a infraestrutura de resfriamento.
  • Governos, academia, projetistas de infraestrutura e sociedade civil devem reconhecer que a maioria dos serviços energéticos necessários para apoiar uma sociedade moderna é térmica e adotar uma abordagem de pensamento térmico para a formulação de políticas, pesquisa e design do sistema energético em todo o mundo.
  • Os governos precisam quantificar o impacto social mais amplo da cadeia de frio para entender seu papel de acionista e justificar o investimento ativo no desenvolvimento da cadeia de resfriamento e frio como parte da infraestrutura crítica do país.

No Brasil, o impacto das mudanças climáticas já é sentido na demanda por refrigeração. Segundo estimativas IEA/EPE, o consumo de energia elétrica para refrigeração no Brasil deve aumentar 70% até 2050.

A publicação da Universidade de Birmingham é um alerta para a necessidade de agirmos agora para mitigar os riscos das mudanças climáticas. A refrigeração é uma infraestrutura essencial para a nossa sociedade, e precisamos garantir que ela esteja disponível e acessível para todos, mesmo em um mundo mais quente.

 

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in EcoDebate, ISSN 2446-9394, com informações da University of Birmingham

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