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Paisagem Cultural, Patrimônio Ferroviário e Ambiente Sustentável

 

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Paisagem Cultural, Patrimônio Ferroviário e Ambiente Sustentável: um estudo das construções e dos potenciais na Grande Belo Horizonte – MG

Vagner Luciano Coelho de Lima Andrade12

Quando se pensa na malha ferroviária da Grande BH, não somente tesouros arquitetônicos estão sendo destruídos como toda uma documentação material e imaterial da relação do mineiros com o trem se perde nos tempos modernos. Mas se o “mineiro não perde o trem”, o advento do Museu Ferroviário em implantação na Rua Sapucaí na Floresta promete resgates de suma importância para a memória ferroviária.

Do passado projetando o futuro a capital precisa de novos modelos de transporte mais sustentáveis e menos poluentes. Os combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás natural) são formados por compostos de carbono, resultantes de matéria orgânica decomposta por longuíssimo tempo, submetida a condições onde há pouco oxigênio, pressão da terra e elevada temperatura.

Totalizam cerca de uns 87% de todo o combustível consumido no mundo e são responsáveis por grande parte de sua poluição atmosférica e hídrica. E o pior de tudo: não são energias renováveis, e suas fontes tenderão a se esgotar em alguns séculos, caso a exploração de suas reservas não sejam bem planejadas.

Por essa razão (e também pela questão ecológica), a discussão e busca por recursos naturais que gerem uma energia mais limpa de poluentes estão em alta, nos últimos anos.

Para se pensar nas múltiplas relações entre Transporte Coletivo e Meio Ambiente é necessário e indispensável repensar alternativas que minimizem os efeitos causados pela poluição produzida pelo excesso de veículos motorizados nos centros urbanos.

Os automóveis que utilizam combustíveis fósseis e não renováveis circulam em número cada vez maior nas grandes cidades, ao longo dos anos. Isso causa altíssimos índices de congestionamento, atrasos, estresse, acidentes e poluição ambiente minando a saúde dos citadinos. É da queima de combustíveis fósseis que advém a maior parcela de substâncias poluentes, como o dióxido de carbono. Aliás, o carbono é um dos elementos que mais “prendem” calor na atmosfera da Terra, causando o que se chama de efeito estufa; fenômeno que tem elevado à temperatura média do planeta Terra e promovido distúrbios climáticos, como El Niño e La Niña.

Além de ampliar o sistema BRT, tanto municipal, quanto metropolitano, faz-se necessário integrar as Linhas Metropolitanas existentes ao único ramal ferroviário da CBTU: através da construção e/ou ampliação dos Terminais Metropolitanos nas estações: Barreiro, Central, Eldorado, Gameleira, Horto, José Cândido, Lagoinha, São Gabriel e Vilarinho.

Assim o presente trabalho investiga o patrimônio ferroviário restante e sua conexão com a paisagem cultural remanescente enquanto possíveis indutores de um futuro ambiente sustentável. Neste contexto apresenta-se um breve estudo das construções e dos potenciais de Belo Horizonte – MG no que se refere à malha ferroviária e metroferroviária existente, com vistas às discussões de sua ampliação na Grande BH. Acima de tudo é necessária além da reestruturação do sistema, movimentos populares para sua ecologização e efetivação enquanto política pública indispensável à qualidade de vida citadina.

O trabalho investiga as identidades patrimoniais dos trechos 1 (Nova Suíça/São Gabriel), 2 (Nova Suíça/Cidade de Sarzedo), 3 (Cidade de Ibirité /Bairro Belvedere), 4 (Horto Florestal/Nova Lima); 5 (São Gabriel/Aeroporto Confins), 6 (São Gabriel/Venda Nova) e 7 (Nova Suíça/Cidade de Betim). Neste percurso, mostram-se as estações pretéritas e atuais e demais construções arquitetônicas dos trechos, sua situação atual e perspectivas, bem como evidenciada a retomada destes patrimônios numa lógica de reativação de linhas de trens urbanos conectando o tecido metropolitano. Por último apresenta perspectivas arquitetônicas de monotrilho para integração de todo o sistema metroferroviário a ser viabilizado.

Entender as implicações diretas e indiretas das ferrovias na construção de um ambiente mais sustentável é o objetivo central do trabalho “PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO FERROVIÁRIO E AMBIENTE SUSTENTÁVEL: um estudo das potencialidades historicamente construídas na Grande Belo Horizonte – MG” que por sua vez objetiva também: Relacionar a questão da ferrovia à paisagem cultural dos mineiros; Pesquisar e inventariar a situação atual do patrimônio ferroviário na Grande Belo Horizonte – MG Apresentar um estudo das potencialidades construídas e a possibilidade de novos usos.

1 Educador e Mobilizador da Rede Ação Ambiental. Bacharel-licenciado em Geografia e Análise Ambiental (UNI-BH), Licenciado em História (UNICESUMAR) e especialista na área de Educação, Patrimônio e Paisagem Cultural (Filosofia da Arte e Educação, Metodologia de Ensino de História, Museografia e Patrimônio Cultural, Políticas Públicas Municipais). Licenciado em Ciências Biológicas (FIAR), Tecnólogo em Gestão Ambiental (UNICESUMAR) e especialista na área de Educação, Patrimônio e Paisagem Natural (Administração escolar, Orientação e Supervisão, Ecologia e Monitoramento Ambiental, Gestão e Educação Ambiental, Metodologia de Ensino de Ciências Biológicas). CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/3803389467894439

2 Guia de Turismo, Educador com atuação nas áreas de Patrimônio Cultural (Geógrafo/Historiador) e Patrimônio Natural (Biólogo/Gestor Ambiental). Mestre em Direção e Consultoria Turística. Membro da Rede Ação Ambiental. E-mail: reacao@yahoo.com

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in EcoDebate, ISSN 2446-9394

 

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