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Artigo

Cidades fluminenses com decrescimento populacional em 2021

 

Cidades fluminenses com decrescimento populacional em 2021, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

A pandemia da covid-19 afetou a dinâmica demográfica aumentando o número de mortes e diminuindo o número de nascimentos.

Para o Brasil como um todo o número de nascimentos ficou acima do número de óbitos tanto em 2020, quanto em 2021. Mas o crescimento vegetativo (Nascimentos – óbitos e migração zero) diminuiu desde 2019.

Este fenômeno aconteceu em todas as escalas geográficas, mas no plano municipal, os estados do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro apresentaram o maior número de cidades com decrescimento demográfico em 2020 e 2021, inclusive nas capitais destes dois estados. Em artigo aqui do Ecodebate de 01/12/2021, mostrei que houve 22 cidades no território fluminense que apresentaram variação vegetativa negativa em 2020. Mas em 2021, o número de cidades com decrescimento demográfico aumentou para 36 cidades, como mostra a tabela abaixo.

220112 cidades fluminenses com decrescimento populacional

O município do Rio de Janeiro (segunda maior cidade do país e maior cidade fluminense), com 6,78 milhões de habitantes em 2021, registrou 72,1 mil nascimentos e 78,96 mil óbitos, o que resultou em um decrescimento vegetativo de 6,85 mil pessoas, segundo o Portal da Transparência do Registro Civil (visitado dia 04/02/2022).

A segunda maior cidade fluminense, São Gonçalo – com pouco mais de 1 milhão de habitantes – registrou 6,95 mil nascimentos e 9,3 mil óbitos em 2021, apresentando um decrescimento vegetativo de 2,4 mil pessoas. Petrópolis apresentou decrescimento de 712 pessoas, Volta Redonda com 570, Itaboraí com 553 e São João do Meriti com decrescimento de 545 pessoas.
As outras 30 cidades fluminenses que tiveram decrescimento vegetativo da população apresentaram variação abaixo de 500 pessoas.

Mas o estado do Rio de Janeiro possui 92 municípios e, em 2021, registrou 191,7 mil nascimentos e 188,2 mil óbitos, com crescimento vegetativo de 3.545 pessoas. Além do mais, os nascimentos devem aumentar e os óbitos devem diminuir em 2022, se houve o fim da pandemia. Por fim, o decrescimento demográfico estrutural vai prevalecer nas próximas décadas, a partir de 2030 para o conjunto do território fluminense.

José Eustáquio Diniz Alves
Doutor em demografia, link do CV Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2003298427606382

Referências:

ALVES, JED. Cidades do Rio de Janeiro com decrescimento populacional em 2020, Ecodebate, 01/12/2021
https://www.ecodebate.com.br/2021/12/01/cidades-do-rio-de-janeiro-com-decrescimento-populacional-em-2020/

CAVENAGHI, S. ALVES, JED. A Dinâmica da Fecundidade no Rio de Janeiro: 1991-2000. A ENCE aos 50 anos: um olhar sobre o Rio de Janeiro / Escola Nacional de Ciências Estatísticas. – Rio de Janeiro: IBGE, 2006. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv31839.pdf

ALVES, JED. Três séculos de população no Brasil e os três bônus demográficos, Apresentação Webinário IPEA, 23/06/2021
https://drive.google.com/file/d/1JQW9TcZi3DFFfvEuIM1C78jQIxHLInVn/view

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

 

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