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Vacinação é ferramenta mais eficaz para controlar doenças imunopreveníveis, diz especialista

 

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Estratégia brasileira é eficaz para controlar doenças imunopreveníveis como varíola, sarampo e paralisia infantil, diz Isabella Balalai . Foto: Arquivo/Agência Brasil
 

Desde segunda-feira (19), crianças menores de 5 anos e na faixa de 9 a menos de 15 anos devem comparecer aos postos de saúde para atualizar a caderneta de vacinação. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, Isabella Ballalai, defende a estratégia, que considera a ferramenta mais eficaz para o controle de doenças imunopreveníveis como varíola, sarampo e poliomielite.

“Se há uma coisa da qual o brasileiro pode se orgulhar é do nosso programa de imunização e do calendário de vacinação. Temos as doses mais importantes – 15 no total. E temos bons resultados com as vacinas que aplicamos. Entre as crianças, a cobertura chega a 100%. Campanhas são feitas todos os anos com o objetivo de chamar quem não está em dia para se vacinar”, explicou.

Em entrevista à Agência Brasil, Isabella disse que um dos principais desafios brasileiros atualmente é melhorar a homogeneidade da imunização na população. Isso porque o país, como um todo, registra bons índices de cobertura vacinal, mas também tem bolsões onde a vacinação é deficitária – sobretudo em municípios das regiões Norte e no Nordeste.

“Tivemos, recentemente, surtos de sarampo no Ceará e em Pernambuco porque não houve cobertura homogênea nos municípios. Os bolsões ficam evidentes em cidades pequenas. É importante também que municípios grandes fiquem de olho [no que ocorre] dentro de seus próprios limites para identificar localidades que não atingem a cobertura mínima necessária”, ressaltou Isabella.

Cumprimento do calendário

Isabella destacou que as vacinas a que devem ser aplicadas ao longo do primeiro e do segundo anos de vida têm, em geral, boa adesão entre os brasileiros. De acordo com a especialista, a maioria das crianças nessa faixa etária completa o esquema vacinal. As falhas começam a aparecer entre os 4 e os 5 anos de vida, quando são aplicados as doses de reforço das vacinas anteriores.

“Nessa faixa etária, a adesão gira em torno de 50%. São crianças que não vão mais tanto ao pediatra, ou que só vão quando estão doentes. O acompanhamento cai um pouco”, disse Isabella. “Vacinar sozinho não resolve. A gente tem que ter boas coberturas vacinais com homogeneidade.”

Para a especialista, outro problema é a falta de informação, sobretudo no que diz respeito às vacinas recomendadas para adolescentes e adultos. O primeiro grupo, apesar da baixa procura por postos de saúde, tem pelo menos quatro doses a serem aplicadas na rede pública: contra difteria e tétano; sarampo, caxumba e rubéola; HPV; e hepatite B.

“Vacinar adolescentes e adultos é mais difícil ainda. No caso do HPV, por exemplo, a segunda dose é aplicada seis meses depois da primeira e, muitas vezes, cai no esquecimento. Essa campanha serve de oportunidade para meninas que receberam a primeira dose do HPV receberem também a segunda e completarem o esquema vacinal”, afirmou Isabella

Jornada Nacional de Imunizações

No próximo dia 28, será realizada em Belo Horizonte a 18ª Jornada Nacional de Imunizações, maior evento do gênero no país. Com o tema Imunização e saúde global – uma nova era de desafios e enfrentamentos, o encontro deve reunir as principais referências no setor para discutir assuntos que vão desde o ressurgimento de doenças já controladas no Brasil ao desenvolvimento de novas vacinas.

Durante os quatro dias de conferências, simpósios e mesas-redondas, também serão debatidos temas como notificação e atendimento a casos de eventos adversos; como evitar novos episódios de desabastecimento; imunização do viajante; e estratégias de comunicação para combater os boatos que prejudicam a adesão às vacinas.

 

 

Por Paula Laboissière, da Agência Brasil, in EcoDebate, 21/09/2016

 

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