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Uso de termelétricas aumenta emissão de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil

 

Termelérica a carvão. (AP Photo/Chris Carlson)
Termelétrica a carvão. (AP Photo/Chris Carlson)

 

Setor de energia emitiu quase 480 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e), o que contribuiu para que as taxas do Brasil permanecessem estáveis.

As emissões de gases de efeito estufa (GEE) do Brasil em 2014 permaneceram estáveis em relação ao ano anterior, apesar da queda de 18% na taxa de desmatamento da Amazônia. A informação vem da nova estimativa do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, lançada nesta quinta-feira (19) em São Paulo.

Segundo os dados do SEEG 2015, o Brasil emitiu no ano passado 1,558 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente (t CO2e), uma redução de 0,9% em relação ao 1,571 bilhão de toneladas emitidas em 2013.

Naquele ano, uma aceleração de 28% na taxa de desmatamento na Amazônia havia feito as emissões totais do país crescerem 8,2% em relação ao ano anterior. Com a desaceleração do desmatamento em 2014, era esperado que as emissões também caíssem, mas não foi o que se verificou: uma alta de 6% na quantidade de carbono lançada ao ar pelo setor de energia impediu que a queda de 9,7% no setor de mudança de uso da terra (desmatamento) fizesse diferença na contribuição do Brasil para o aquecimento global no ano passado.

“Os novos dados consolidam o fim da fase de queda de emissões verificada entre 2004 e 2009. Desde então, as emissões têm flutuado em torno de 1,5 bilhão de toneladas de CO2”, afirma Tasso Azevedo, coordenador do SEEG.

O setor de energia emitiu, em 2014, 479,1 milhões de toneladas (mt) de CO2e, e hoje está lado a lado com lado da mudança de uso da terra (486,1 mt CO2e) como principal fonte de gases-estufa da economia brasileira.

O crescimento foi puxado pelos subsetores de transportes, que está emitindo 3% mais do que em 2013; de geração de eletricidade, que teve um aumento de 23%, devido principalmente ao acionamento de usinas termelétricas fósseis para fazer frente à seca que esgotou os reservatórios das hidrelétricas no Nordeste e no Centro-Oeste/Sudeste do país; e de produção de combustíveis, que teve aumento de 6,8% nas suas emissões devido à produção e ao refino de óleo e gás – que inclui a exploração do pré-sal.

“A participação das usinas termelétricas na geração de energia para compensar a crise hídrica que afetou as hidrelétricas foi protagonista nesse resultado”, afirma André Ferretti, gerente de Estratégias de Conservação da Fundação Grupo Boticário, uma das instituições que fazem parte do Observatório do Clima. “É preciso diversificar nossa matriz energética, investindo em fontes limpas como a eólica e o etanol de segunda geração.”

INDC

Segundo Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima, os dados do SEEG acendem uma luz amarela sobre a INDC, o plano climático anunciado pelo Brasil para a conferência do clima de Paris, que começa em 11 dias. De acordo com

a INDC, o Brasil se compromete a realizar reduções absolutas de emissão em toda a sua economia após 2020. “Isso preocupa, porque 2020 é depois de amanhã”, diz

Rittl. “O país precisa fazer uma transição econômica importante se quiser entregar não apenas o que prometeu na INDC, mas um corte de emissão maior, compatível com a meta de manter o aquecimento global abaixo de 2oC. Com esses níveis de emissão, o espaço para essa transição fica pequeno. Estamos longe da trajetória em que precisamos estar.”

Sobre a Fundação Grupo Boticário: a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza.

Colaboração de Mônica Santanna e Maria Luiza Campos, in EcoDebate, 20/11/2015

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