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O impacto do lixo nas mudanças climáticas, artigo de Francisco Oliveira

 

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[EcoDebate] Nunca produzimos tanto lixo como atualmente. O Brasil está na quinta posição entre os que mais produzem lixo no mundo, atrás de Estados Unidos, China, União Européia e Japão. Para termos uma ideia, por dia, produzimos cerca de 192 mil toneladas de lixo. Deste total, cerca de 41%, ou 79 mil toneladas, não tem destinação correta.

Tanto lixo também é resultado do crescimento da produção de produtos industrializados, embalagens (representa cerca de um terço do lixo doméstico) e do nosso ciclo de vida, onde consumimos para sobreviver. O fato é que todo esse lixo gerado vai para lixões e gera biogás, um dos principais causadores do efeito estufa, além de gás carbônico, entre outras impurezas. Todos esses gases são prejudiciais para o meio ambiente.

Recentemente, observamos mudanças climáticas e instabilidades ambientais em várias partes do país. Por exemplo, a chuva forte que chegou a Porto Alegre e alcançou mais da metade da média histórica do mês de outubro, ou as catástrofes ambientais registradas em Manaus, também com fortes chuvas e alagamentos. Em São Paulo, não é possível definir em que estação estamos. Um dia faz muito calor, em outro frio abundante. Segundo alguns meteorologistas, o próximo verão promete ser um dos mais quentes de todos os tempos no país, com temperaturas que vão chegar aos 40ºC por vários dias seguidos.

Mas qual será a relação entre essa instabilidade climática e o montante de lixo produzido? Total! As mudanças climáticas têm ligação direta com a má destinação e os efeitos que os gases gerados pelos lixos causam na atmosfera, como o aquecimento global, tema hoje tão discutido por entidades especialistas. Claro que outros fatores contribuem para o aquecimento da Terra, como as queimadas e o contínuo desflorestamento, mas a questão do lixo é algo que podemos mudar. O estilo de vida do brasileiro contribui para que produzamos cada vez mais lixo e que todo esse ciclo se repita.

Pequenas mudanças em nossos hábitos poderiam minimizar esses impactos. Claro que você pode pensar: “minhas atitudes não vão comprometer o futuro do planeta”. Esse é um engano comum. Pequenas ações, como implantar um pequeno sistema de reciclagem em casa, incentivando a família e até amigos a também reciclarem, comprar de empresas que têm essa visão sustentável, atuar contra o desperdício e repensar os produtos que você consome, são importantes medidas que irão contribuir com o meio ambiente.

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que se todo o resíduo reaproveitável atualmente enviado a aterros e lixões em todo o país fosse reciclado, a riqueza gerada poderia chegar a R$ 8 bilhões anuais. Agora, pense nesse montante investido em iniciativas em prol do meio ambiente e durante gerações. Claro que a discussão é muito mais abrangente. É necessária uma mudança de cultura. Porém, se ninguém se atentar para essas mudanças rapidamente, corremos o risco de não ver no futuro o mundo que conhecemos hoje. Cabe a cada um de nós decidir.

Francisco Oliveira é Engenheiro Civil e Mestre em Mecânica dos Solos, Fundações e Geotecnia e fundador da Fral Consultoria.

 

in EcoDebate, 26/10/2015

[cite]


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2 thoughts on “O impacto do lixo nas mudanças climáticas, artigo de Francisco Oliveira

  • Bom dia Francisco Oliveira, muito interessante o seu texto admiro quando as pessoas escrevem a respeito desse tema. Com certeza precisamos de mais atitudes e coragem para enfrentar toda uma “onda” que está engolindo a humanidade, o capitalismo exacerbado.
    Sistema que em seus métodos e maneira de se desenvolver não valoriza e nem favorece a qualidade do ambiente por inteiro e automaticamente a qualidade de vida nossa, de outros seres e da TERRA.
    Minha pergunta ao senhor, além de escrever sobre as questões climáticas, resíduos e tal, o senhor pratica alguma ação que vá contra essa onda em seu dia-a-dia, em casa ou no trabalho? como por exemplo, separar o resíduo úmido do seco pelo menos, reaproveitar resíduos, destinar corretamente , principalmente aqueles com alto impacto à saúde pública e ao meio ambiente, listados no artº 33 da Lei Nºnº 12.305/10.
    É bom quando temos pessoas preocupadas com a saúde da Terra, mas infelizmente preocupar não está sendo mais suficiente, temos que ter pessoas ativas e com real compromisso de melhoria da qualidade de vida generalizada de tudo e de todos.

  • Muito interessante seu artigo.
    O lixo é um dos grandes problemas das cidades, especialmente as maiores.
    No Banco Central, aqui em Belo Horizonte, iniciamos um processo de coleta seletiva em que a borra de café acumulada na semana é direcionada à usina de compostagem. Quanto ao material reciclável, fizemos concorrência e a própria empresa de reciclagem vai busca-lo, também semanalmente.
    Essa contribuição pequena ao meio ambiente, aliada ao aproveitamento do condensado do ar condicionado e a outras pequenas medidas deu ao Banco Central o reconhecimento público da Prefeitura de Belo Horizonte.

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