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Voltar às bases? Com que cara? artigo de Joelson Meira

 

opinião

 

[EcoDebate] Kátia Abreu e Joaquim Levy ! Dois nomes que – no jargão palaciano – significam ruralistas e banqueiros neutralizados. São amantes secretos de golpistas e, agora, de defensores do Impeachment da Presidente Dilma . Essa é a lógica do anúncio dessas duas impopulares personalidades , para o comando da agricultura brasileira e do erário de 200 milhões de compatriotas .

Quem é Kátia ? Quem é Levy ?

Ela, viúva de latifundiário, beneficiário uma reforma agrária às avessas em Tocantins, que, uma vez sepultado, foi substituído ipsis litteres nos afazeres latifundiários, através de um caderno, guardado no cofre da fazenda , ensinando tudo que deveria ser feito em sua ausência. Entre os ensinamentos, trabalho escravo, latifúndio improdutivo, moto serra, capangas, transgênicos aplicações financeiras, sonegação fiscal entre outras históricas práticas da aristocracia rural brasileira.

Com a cartilha nas mãos e o dinheiro na frente, torna-se líder dos reacionários chegando ao Congresso Nacional em 1988, suplente, assumindo o mandato. Não demorou, passou a comandar a bancada ruralista de 180 senhores donos do Brasil profundo. O discurso? Destruição total para criar bois e plantar soja, um dos objetos da tara dessa asquerosa personagem. Dá-se ao luxo de manter 2.500 hectares improdutivos e manifesta, onde pode, ódio ao Ministério Público .

Aproximou-se da nossa Presidente Dilma, bem aproximado! . Ninguém sabe como tornaram-se amiguinhas ao ponto de não precisar marcar audiência para nada! Nada! Tem o poder da maçaneta ao lado do colega do Senado ( que lhe conhece muito bem …), Aloísio Mercadante!

Agora, Ministra da Agricultura, dando boas risadas da trabalhadora rural Margarida, assassinada pelos jagunços do pai do ex-ministro das Cidades e colega ruralista, Aguinaldo Ribeiro, paraibano, fim-de-safra do coronelismo, que mandou matar Margarida, a mesma que deu nome à marcha das mulheres do campo que elegeram Dilma !

Joaquim Levy, Yuppie, que nos anos de chumbo, enquanto lutávamos contra a ditadura, dizia que ” estudante é para estudar e política é para os políticos ! “. Cresceu rápido no FMI onde ficou 7 longos anos aprendendo a explorar os povos e ensinando técnicas para banqueiros sugarem mais dos mais pobres. Passou por Chicago em 1992 e pela FGV. Chegou a Vice – Presidente do BID. Em 2003 foi apresentado a Lula pelo ex, FHC, como jovem talentoso passando a comandar a Secretaria do Tesouro Nacional até 2006 . Em 2007 tornou-se conselheiro ( imaginem as lições ! ) e Secretário da Fazenda de Sérgio Cabral no Rio de Janeiro, ensinando todas as lições que transformaram o Sérgio Cabral naquele personagem que os cariocas e o povo brasileiro conheceram !

Em 2010, convidado pelo BRADESCO, onde se encontra, é Diretor dessa instituição filantrópica brasileira.

Agora, para não acontecer impeachment ou golpe ou aporrinhação do andar de cima, essas figuras ganham a locomotiva do Brasil, em nome de 54 milhões de brasileiros. O tucanato e a especulação financeira agradecem penhoradamente !

Eita transiçãozinha interminável. Apresenta-se com maior longevidade, agora, pela ausência de uma composição crítica dos que deveriam, por dentro, estabelecer limites de cedências à fúria dos reacionários aliados !

E a direita vai espalhando o medo do impeachment para tomar conta do governo, transformando-o em refém, até 2018 ! Ano do tiro de misericórdia!

Quando a canoa da bonança gerencial desse Estado anacrônico furar, não venham aparecer candidamente ( coitado de Voltaire ) numa espécie de ” volta às bases ” . Com que cara ???

Joelson Meira é advogado.

 

Publicado no Portal EcoDebate, 26/11/2014


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Alexa

3 thoughts on “Voltar às bases? Com que cara? artigo de Joelson Meira

  • Na verdade o título desse artigo poderia se chamar “Tiro (ou golpe) de misericórdia em 2018”.
    O texto é duro, indignado, mas avisador (aquele que avisa).
    Pode-se dizer o mesmo para a cidade de S. Paulo, em 2016: se o prefeito Haddad aumentar a passagem de ônibus, receberá um “Tiro de misericórdia” dado por si mesmo. Tire dinheiro de onde for possível, endivide, faça o que for necessário, mas NÃO AUMENTE A PASSAGEM DE ÔNIBUS. Não seja falho de inteligência.
    Parabéns ao Joeson Meira, pela elaboração do texto.

  • Eu não entendi qual a posição política do texto.

    Kátia Abreu e Joaquim Levy “defensores do Impeachment da Presidente Dilma ” , como o próprio texto coloca, estão muito longe de serem “oposição” ao governo Dilma, pelo contrário, estão quase estendendo uma toalhinha quadriculada e fazendo piquenique no Palácio do Planalto, dividindo uma fatia do bolo com a Dilma, é claro, pois a anfitriã não pode ficar sem torta.

    São “tucanato”? O inimigo é a “oposição”?

    Bem, então quem está no governo ganhou, não é? Se estão dando as cartas, porque não jogam seu jogo?

    Se não estão jogando seu jogo, se o “PT” não tem nada de diferente, por que demonizar o PSDB?

    Não gosto dos gregos nem dos troianos, mas confesso que prefiro quem é menos hipócrita.

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